O Itaú lucrou R$ 10,1 bilhões no segundo trimestre, 15,2% acima do mesmo período do ano passado e dentro do esperado pelo mercado.

O ROE, que vinha subindo desde o fim de 2022, teve uma nova alta e chegou a 22,4%, o maior patamar desde dezembro de 2019.

O resultado do banco comandado por Milton Maluhy foi uma combinação entre crescimento mais forte que o registrado no primeiro tri com rentabilidade.

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A carteira de crédito aumentou 8,9% na comparação anual – no tri anterior, a expansão havia sido inferior a 3%.

Excluindo o impacto cambial, que foi relevante no trimestre, o crescimento foi de 7,1%, puxado por empresas – e principalmente as de maior porte. Em pessoas físicas, a alta foi de 3,2%.

“Desde quando fizemos o guidance para 2024, já esperávamos que o crédito para empresas seria mais relevante, porque havia uma demanda reprimida,” disse ao Brazil Journal Renato Lulia, diretor de estratégia corporativa, RI e M&A Proprietário do Itaú.

“Além disso, decidimos reduzir o risco de algumas carteiras de pessoas físicas, o que contraiu portfólios,” disse o executivo. Segundo ele, esse processo praticamente terminou no segundo tri.

As operações com cartões de crédito, que vinham caindo trimestre a trimestre, se estabilizaram.

“Chegamos a um ponto de inflexão no segmento de cartões e vamos voltar a crescer a partir do próximo trimestre, mas com um perfil diferente de clientes, mais resiliente, de média e alta renda,” disse o executivo.

A inadimplência total caiu para 2,7%, ante 3% um ano antes. Considerando só a operação no Brasil, esse indicador diminuiu de 3,5% para 3% no mesmo intervalo.

O banco também reduziu as despesas com provisões para devedores duvidosos.

A margem com clientes aumentou 5,4% no segundo tri na comparação anual e a margem com o mercado – que piorou nos concorrentes Bradesco e Santander – teve alta de 31%.

Ao crescer de forma rentável, o Itaú manteve o nível de capital em 13,1% – e a especulação agora é quando o banco vai distribuir esse recurso extra via dividendos.

Lulia joga a decisão para o início de 2025, quando o balanço deste ano estiver fechado. “Não temos a intenção de carregar um capital que não vamos usar.”

Sobre os próximos resultados, o executivo diz que a meta é buscar “o ponto ótimo de equilíbrio entre crescimento e rentabilidade.”

“Estamos perto disso, mas sempre dá para melhorar,” disse ele.