Os investidores internacionais estão montando posições cada vez maiores em ações de empresas de inteligência artificial, como demonstra a valorização da Nvidia e de outras empresas na liderança da nova onda tecnológica.

Mas para o time global de wealth management do UBS, os investidores deveriam ampliar sua exposição a papéis de IA – sobretudo das maiores companhias – diante do tamanho que este mercado assumirá nos próximos anos.

“Esteja suficientemente aplicado,” diz o banco no relatório “Inteligência artificial: dimensionar e aproveitar a oportunidade de investimentos.”

“Vários investidores criaram pelo menos uma exposição à IA nos últimos meses. No entanto, o ritmo absoluto do crescimento no setor significa que vários investidores permanecem subalocados em termos gerais,” dizem os estrategistas do UBS.

Na avaliação do banco, a criação de valor na cadeia da IA deverá alcançar US$ 1,2 trilhão até 2027.

No modelo criado pelo banco para identificar as oportunidades na área, há três camadas de negócios.

A primeira delas é a ‘viabilizadora’ (enabling). São as provedoras da “espinha dorsal para o desenvolvimento de IA” – entre elas a fabricantes de processadores e data centers, bem como empresas de energia.

A segunda camada é da “inteligência” (intelligence). São as companhias que desenvolvem modelos de linguagem de grande escala e ou fornecem dados que podem ser usados para alimentar os sistemas de IA.

Por fim, existe a camada da ‘aplicação’ (application). São dos desenvolvedores de aplicativos que integram as ferramentas de IA para criar recursos e serviços de uso prático.

Para o banco, as aplicações mais promissoras atualmente são “copilotos, assistentes de codificação, publicidade digital, centrais de atendimento, P&D em saúde, cibersegurança e fintech.”

O UBS recomenda que os investidores mantenham, neste momento, uma “inclinação” para os papéis de empresas da camada ‘viabilizadora’ – a infraestrutura da IA.

“Acreditamos que o segmento ofereça a melhor combinação de crescimento dos lucros, forte posicionamento competitivo, opções de reinvestimento e preços razoáveis,” escrevem os analistas. “Temos preferência por empresas de semicondutores que estão promovendo investimento em infraestrutura de IA.”

Ainda segundo o UBS, “as ações de megacapitalização são o núcleo da história da IA” – e essa tendência deverá se manter.

“Acreditamos que o mercado de IA será dominado por oligopólios verticalmente integrados e atores monolíticos na cadeia de valor,” diz o relatório. “Por isso, ao lado de semicondutores, temos preferência por oligopólios bem posicionados em chips, computação em nuvem, modelos e aplicações de IA generativa.”

Para o time do banco, “agora é o momento para os investidores dimensionarem, e aproveitarem, a oportunidade de investimento” em IA.