O Inter anunciou detalhes de seu plano para reorganizar a companhia e listar na Nasdaq sob o novo nome de Inter Platform, uma companhia não-financeira que controlará o banco no Brasil.
Os acionistas vão votar o plano numa AGE em 25 de novembro, e a ação deve começar a negociar na Nasdaq em 27 ou 28 de dezembro.
A operação estará em curso ao mesmo tempo em que o Nubank faz seu IPO, cujo pricing está marcado para 8 de dezembro.
Com a reorganização, os atuais investidores do Inter terão a opção de migrar para as ações “Classe A” listadas lá fora, receber BDRs (recibos lastreados na ação listada lá fora e negociados na B3), ou ainda exercer seu direito de recesso a um preço de R$ 45,84 por unit (BIDI11), sujeito a imposto de ganho de capital. Na sexta-feira, o papel fechou a R$ 42,31.
O banco garantiu uma linha de crédito de R$ 2 bilhões com bancos para financiar a eventual retirada de atuais acionistas.
A Inter Platform adotará a mesma estrutura acionária das Big Tech americanas e de companhias brasileiras como XP e Stone, que listaram diretamente no mercado americano. A família Menin manterá o controle do banco por meio de ações Class B que têm 10x mais poder de voto que as ações Class A, que serão listadas e detidas por todos os demais acionistas.
O Softbank, que tem 15% da companhia e já era parte de um acordo de acionistas com a família Menin, aderiu antecipadamente à reorganização, abrindo mão do direito de recesso e mostrando que pretende continuar acionista da nova Inter Platform. Ao final do processo, o conglomerado japonês receberá ações Class A do Inter.
Ao aumentar o poder de voto dos acionistas controladores, essa estrutura de controle permitirá futuros aumentos de capital sem afetar o controle da empresa.
Nos últimos anos, o CEO João Vitor Menin evoluiu o modelo de negócios do Inter de um banco digital para um ecossistema completo com cinco avenidas de negócios complementares: Day-to-Day Banking, Investimentos, Seguros, Shopping e Crédito.
A reorganização societária tem como objetivo reunir esses negócios debaixo de uma única plataforma, bem como permitir a expansão global do Inter.
O banco disse que a reorganização fortalece sua posição “como uma companhia global de tecnologia no setor financeiro, aumentando sua competitividade com outras instituições financeiras digitais e plataformas de e-commerce globais”; abre novos mercados e dá um “maior acesso ao mercado de capitais global via nova listagem com estrutura de capital mais eficiente, permitindo o aumento da capacidade de investimento e crescimento do Inter em todas as linhas de negócio.”
A listagem na Nasdaq “aumenta o potencial de expansão e diversificação da base de investidores, aumenta a liquidez do Inter,” bem como possibilita ao Inter participar em oportunidades internacionais “como a aquisição de ativos estratégicos, consolidação e combinações de negócios.”
Bank of America, JP Morgan, BTG Pactual, Bradesco e Itaú BBA estão assessorando o Inter.