​A GTIS Partners acaba de vender os 62% que detinha na Infinity Tower, o edifício icônico que abriga as sedes do Credit Suisse, Goldman Sachs, Meta e Bloomberg na Faria Lima.

A gestora internacional vendeu sua participação por R$ 850 milhões, numa transação que avaliou o ativo em R$ 1,37 bilhão.

A R$ 39.170 o metro quadrado, a transação é o maior preço/metro já pago por um ativo único no Brasil.

O cap rate da transação ficou em torno de 6,7%. O imóvel não tem dívida.

O comprador foi um grupo formado pelas empresas Lucio, do empresário Firmino Lúcio — que é grande na Zona Leste e começou a comprar terrenos no Itaim/Vila Olímpia em 2005 — a Omar Maksoud Engenharia e a AMY, de Antonio Yunes. Este grupo já detinha uma participação desde que o prédio foi lançado em 2012, e agora passa a ter 100% do edifício.

“Já tivemos outras janelas de desinvestimento, mas para nós o surpreendente foi o valor por metro quadrado alcançado mesmo nesse momento em que estamos do ciclo,” Maristella Val Diniz, a diretora sênior de desenvolvimento e gestão de ativos da GTIS, disse ao Brazil Journal. 

A CBRE coordenou o processo de venda, que começou quatro meses atrás e recebeu 10 propostas na primeira fase. O grupo vencedor foi aumentando o bid ao longo do processo.

Os interessados eram predominantemente investidores estratégicos, divididos entre players locais e internacionais.

O Infinity era até agora um ativo de dois fundos: o Brasil Fundo 1 e um veículo de coinvestimento. Ambos são geridos pela GTIS e estão na fase de desinvestimento.

Projeto do KPF e do Aflalo Gasperini, o Infinity abriu em 2012 com metade dos andares pré-locados. O edifício triple-A nunca teve vacância relevante e o aluguel — hoje em R$ 235/metro quadrado — acompanhou a inflação ao longo do tempo.

O Infinity atende as especificações técnicas rigorosas dos grandes inquilinos multinacionais, incluindo itens de segurança e uma infraestrutura de tecnologia que garante a segurança de dados. Suas redundâncias incluem uma usina a gás que faz o backup do prédio.

A transação acontece um dia depois da Brookfield pagar R$ 6 bi por 80% dos ativos de BR Properties, e mostra que o mercado imobiliário de São Paulo continua inspirando confiança e atraindo compradores para ativos triple-A com localização premium.

A GTIS tem quatro fundos de real estate no Brasil, um portfólio que inclui o Palácio Tangará e os hotéis da BHG e o Vista Faria Lima, que abriga o WeWork da Atilio Innocenti.

O Itaú BBA foi o financiador e o assessor financeiro exclusivo dos compradores, que tiveram assessoria jurídica do Veirano Advogados.

O Pinheiro Neto foi o assessor legal da GTIS.