Dois upgrades relevantes no setor de saúde devem fazer preço nos papéis da RD Saúde e da Hypera na manhã de hoje.
Depois da ação da RD Saúde cair 35% desde o início do ano enquanto o Ibovespa sobe 16%, o Bradesco disse que “o pior já passou” e elevou sua recomendação do papel para outperform.
“Em um momento em que os investidores buscam oportunidades no Brasil, qualquer sinal de fundo em um nome de alta qualidade como a RD Saúde pode representar um ponto de entrada atraente,” escreveu o time liderado por Marcio Osako.
O fraco resultado da dona da Raia e da Drogasil no primeiro tri puniu o papel e deixou os investidores reticentes.
No entanto, os analistas do Bradesco entendem que as revisões para baixo dos lucros já foram precificadas em alguma medida; que as bases de comparação mais fracas devem ajudar os resultados em 2026; e que o valuation do papel se tornou atrativo, com o múltiplo P/L agora num desconto de 44% em relação à média histórica, ou 18x o lucro estimado para o ano que vem.
O banco diz ainda que já colocou um cenário de concorrência mais acirrada em seu modelo, mas que isso não é disruptivo para a RD Saúde.
“Os resultados da empresa no segundo tri podem ser um catalisador, sustentados por nossa expectativa de melhora nas vendas nas mesmas lojas e estabilização da margem EBITDA.”
O Bradesco passa a ter um preço-alvo de R$ 17 para a ação, um upside de 20% em relação ao fechamento de ontem, a R$ 14,11.
A RD Saúde agora vale R$ 24 bilhões na Bolsa.
Ainda no setor, o Itaú elevou a Hypera para outperform depois de analisar o turnaround em curso na empresa.
O papel já vem performando e sobe 56% em 2025 — após a conclusão do ajuste de capital de giro no primeiro tri e também diante de feedbacks positivos sobre uma aceleração do sell-out da indústria farmacêutica em maio e junho.
O Itaú relata alguma dificuldade para realizar seus cálculos sobre a performance financeira da empresa nos últimos anos, já que há dúvidas sobre a formação de estoques no período.
Dito isso, o time liderado por Vinicius Figueiredo diz que o P/L atual de 9x o lucro estimado para 2026 parece incorporar esse risco, já que o faturamento da empresa deve continuar crescendo, e a alavancagem, diminuindo.
Haveria ainda espaço para uma surpresa positiva com as vendas de genéricos do Ozempic e Saxenda. O filão pode elevar em cerca de 5% o EBITDA da empresa em 2027, calcula o banco.
Com isso, o Itaú colocou um preço-alvo de R$ 35 no papel da farmacêutica, o que implica uma valorização de 26% em relação ao fechamento de ontem, a R$ 27,80.
A Hypera vale R$ 18 bilhões na Bolsa.