A Hapvida acaba de reportar um primeiro trimestre com margens e sinistralidade melhores do que o mercado esperava.
Enquanto a receita líquida subiu 3,9% na comparação anual para R$ 7 bilhões, o EBITDA ajustado ultrapassou a barreira de R$ 1 bilhão pela primeira vez em um trimestre – uma alta de 60% em relação ao ano passado.
A margem EBITDA da empresa comandada por Jorge Pinheiro subiu 5,1 pontos e foi a 14,5%, encostando na média de 15% que a Hapvida reportava antes da pandemia.
O consenso Bloomberg esperava um EBITDA de R$ 864 milhões e uma margem EBITDA de 12,8%. Já a receita veio em linha com o esperado.
O lucro líquido ajustado disparou 1.434%: saiu de R$ 33 milhões para R$ 507 millhões; o consenso era de R$ 197 milhões.
Segundo o CFO Luccas Adib, os principais motivos para essa alta foram a política de reajustes (o tíquete médio subiu 10,6% na comparação anual); a redução na sinistralidade e a diluição de 0,5 ponto nas despesas.
A queda na sinistralidade deve surpreender o mercado.
Enquanto os analistas esperavam um aumento do medical loss ratio (MLR) na comparação sequencial (até pela sazonalidade), a Hapvida reportou uma queda de 1,3 ponto percentual para 68%. Na comparação anual, a queda foi de 4,3 pontos.
Trata-se do melhor resultado desde a fusão da Hapvida com a NotreDame Intermédica.
A alavancagem da companhia também melhorou na comparação trimestral: caiu de 1,38x para 1,13x.
Apesar de uma desaceleração na queda, o número de beneficiários segue caindo na Hapvida: houve uma redução de 0,3% na comparação trimestral e de 1,9% na comparação anual.
Adib disse que as negociações de reajustes estão sendo bem sucedidas. A partir deste mês, há um novo ciclo de reajustes e o CFO prevê que a Hapvida faça reajustes acima de dois dígitos.
Segundo o CFO, os planos para o médio prazo da companhia continuam os mesmos: desalavancagem, retomada da margem, integração sistêmica e execução do capex.
Apesar de ver oportunidades de aquisição, o executivo disse que o foco da companhia é na integração interna “para fazer coisas grandiosas” a partir de 2025.
“A Hapvida é uma tese de longo prazo, e a visão que temos para os próximos trimestres continua sendo muito positiva,” disse Adib.
A ação da Hapvida sobe 28% nos últimos 12 meses, mas permanece 80% abaixo de seu pico, em março de 2021.
A empresa vale R$ 30 bilhões na B3.