A Agência Nacional de Saúde (ANS) revisou os números de adição de vidas da Hapvida para o mês de abril – saindo de um ganho líquido de 34 mil vidas para uma perda de 43 mil.
Hoje, a ANS divulgou também os números de maio, que mostraram um ganho de 111 mil vidas para a Hapvida (67 mil da Intermédica e 43 mil da Hapvida).
Numa conferência na semana passada, a companhia deu um soft guidance de adição líquida de 90 mil a 100 mil vidas para o segundo trimestre. Depois dos números de maio, o saldo para o tri está em +68 mil vidas.
A ação subiu quase 8% ontem e cai 2% por volta do meio-dia de hoje.
Apesar da revisão negativa de abril, os números fortes de maio surpreenderam o mercado, que tem mostrado preocupação com a capacidade da empresa combinada de continuar crescendo organicamente.
No primeiro tri, a Hapvida já havia perdido 64 mil vidas.
“O que eles têm falado é que a primeira coisa que se faz na integração é pegar praças onde tem planos deficitários e podar, o que acaba afetando mesmo o número de vidas,” disse um gestor. “Mas quando a empresa está mostrando uma decepção atrás de outra, qualquer notícia ruim é amplificada.”
Ainda assim, o principal ponto de atenção do mercado no curto prazo é a sinistralidade da Hapvida, que subiu de forma significativa nos últimos trimestres – chegando a 77% no primeiro tri – e que ainda deve levar algum tempo para começar a cair, na estimativa de gestores que estão montando posição no papel.
A sinistralidade só vai melhorar com o reajuste nos preços dos planos e cortes de custos. Os reajustes começarão a ser implementados agora em julho, mas o efeito será paulatino dado que os planos têm aniversário em meses distintos.
Já em relação aos cortes de custos, o “mercado está muito descrente e não está pagando por nada,” disse o gestor.
A Hapvida acumula queda de 41% no ano e de mais de 60% nos últimos doze meses. O papel sai a R$ 5,89.
(Correção: uma versão original deste artigo usou números errados para os meses de abril e maio.)