A boa notícia: a Guararapes, dona das Lojas Riachuelo, montou um grupo de estudo para avaliar sua migração para o Novo Mercado.
Em entrevista ontem a diversos repórteres, o presidente da varejista, Flávio Rocha, disse que o tema está em discussão.
“Estamos pensando […]. O grupo está se debruçando sobre esta questão e não faz mais sentido não estarmos num grau mais alto”, afirmou em português claro.
A má notícia: menos de 24 horas depois, a companhia voltou atrás e publicou um comunicado desmentindo seu próprio executivo.
“A Guararapes […] esclarece que não pretende alterar seu modelo de governança corporativa ou migrar para o Novo Mercado, uma vez que o Conselho de Administração da companhia sempre se mostrou contrário à discussão deste tema”, disse a companhia no documento assinado pelo próprio Flávio.
Em outras palavras: o CEO da Riachuelo pode estar cheio de boas intenções, mas quem manda mesmo é seu pai, seu Nevaldo, que continua não querendo saber dessa história.
Há duas semanas, falamos sobre os benefícios de uma migração da Guararapes para o Novo Mercado. A família Rocha tem mais ações preferenciais que ordinárias, de forma que manteria o controle com folga, mesmo com a conversão sem prêmio, na proporção de um para um.
Concentrada em apenas uma classe de ações, a liquidez, hoje pífia, aumentaria e o papel poderia entrar no radar de investidores de maior porte, provocando um re-rating.
Hoje, apesar do desmentido no meio do dia, as ações subiram 2,4% para R$ 123, superando a máxima nominal histórica atingida no fim de 2012.
O mercado está dando o recado. Mas, como se sabe, quem manda é o patriarca.