As empresas brasileiras estão emitindo cada vez mais green bonds — os títulos de dívida que levam em conta aspectos ligados à sustentabilidade na precificação.
Em 2021, as 107 emissões desses títulos movimentaram R$ 84 bilhões, quase 3x mais que em 2020, quando esse mercado movimentou R$ 30 bilhões.
Os dados são de um levantamento da SITAWI, a maior certificadora de green bonds do Brasil com um share de mais de 50%.
A curva é ascendente: em 2019, o Brasil havia emitido R$ 7 bi em green bonds e, em 2018, míseros R$ 750 milhões.
Em termos de números de operações, a maior parte das emissões foi feita no Brasil (78%). Mas em volume financeiro, as emissões internacionais representaram mais de 67% do total.
Isso aconteceu porque o tíquete mínimo necessário para emitir dívida em dólar ou euro é muito maior (e porque o câmbio está onde está), Gustavo Pimentel, o diretor executivo da SITAWI, disse ao Brazil Journal.
Segundo ele, um dos destaques do ano foi a diversificação setorial — com empresas de setores que historicamente não captam recursos com green bonds despontando na lista.
“Isto foi estimulado pelo crescimento dos sustainability-linked bonds, que não exige alocação em ativos socioambientais específicos, apenas o cumprimento de certas metas,” disse Gustavo.
Em 2021, o setor que liderou as emissões de green bonds em volume financeiro foi o de papel e celulose, com 32% do total. O segundo foi o setor financeiro, seguido por transporte e logística, energia e alimentos e bebidas.