A General Catalyst, uma das mais tradicionais firmas de venture capital do Vale do Silício, acaba de levantar US$ 8 bilhões na maior captação da indústria de capital de risco desde os US$ 12,7 bilhões levantados pela Tiger Global em 2022.
Fundada em 2000, a General Catalyst agora tem US$ 25 bilhões em ativos sob administração. A firma esteve entre as primeiras a colocar dinheiro em negócios como Airbnb, Snapchat, Instacart e Stripe. Mais recentemente, apoiou a Mistral, a startup francesa de inteligência artificial.
Dos US$ 8 bilhões em recursos novos, a firma vai aplicar US$ 4,5 bilhões nos seus fundos de seed e growth. Uma parcela de US$ 1,5 bilhão terá como destino a criação de novas startups.
Sem focar em nenhum setor específico, a gestora deve concentrar seus desembolsos em startups americanas, europeias e também indianas.
Os outros US$ 2 bilhões serão reservados para aprofundar o seu envolvimento em negócios tidos como estratégicos. A General Catalyst disse que quer contribuir na construção de negócios, não apenas financiá-los.
“Para atingir um impacto significativo utilizando a IA aplicada para enfrentar o que acreditamos ser os grandes desafios do mundo, temos de transcender a definição tradicional de capital de risco,” o CEO Hemant Taneja postou no blog da firma.
“Por isso, ampliamos nossas soluções de capital para irmos além e apoiarmos os fundadores com uma parceria mais ampla,” disse ele.
Segundo Taneja, o modelo tradicional de capital de risco nem sempre coloca os fundadores em uma situação de transformar as indústrias em que atuam. “As transformações exigem que ecossistemas de empresas trabalhem juntos,” escreveu.
Numa entrevista ao Financial Times, o executivo deu como exemplo o setor de saúde. “A única maneira de transformar uma empresa da área é entrar nela e se envolver no negócio.”
Para implementar novas ferramentas tecnológicas na gestão da saúde, a General Catalyst anunciou em janeiro a compra da Summa Health, uma rede hospitalar verticalizada e non-profit no estado de Ohio.
Numa entrevista recente ao The Wall Street Journal, Taneja disse que a maior parte do valor da IA será o papel da tecnologia na transformação de atividades empresariais.
“A maior parte da nossa energia está concentrada nisso,” afirmou. “Qual é o papel da IA em setores como o da saúde e qual é o papel da IA em funções como marketing e suporte ao cliente? Gastamos grande parte de nossos esforços nessa camada.”
Agora, a General Catalyst tem entre seus possíveis alvos empresas do setores de energia e defesa.