A General Electric poderia ter comprado a Apple por 2 bilhões de dólares em 1996, mas disse ‘thanks but no, thanks’.
A revelação foi feita por Bob Wright, um ex-executivo sênior da GE que está lançando suas memórias.
Numa entrevista ao New York Post de hoje, Wright disse que o CEO da Apple na época, Michael Spindler, estava quase implorando à GE que comprasse a empresa.
Lembre-se que isso foi numa época em que a Apple estava à deriva. Steve Jobs havia sido demitido. John Sculley deixara a empresa em 1993 (depois de 10 anos como CEO). Spindler assumiu e ficou no cargo até fevereiro de 1996, quando foi substituído por Gil Amelio.
“A ação estava em 20 dólares, e [Spindler] nos explicou que ele não conseguia fazer a empresa se mexer rápido o suficiente e que os analistas estavam em cima dele. Ele suava que nem um louco e todo mundo [na GE] dizia, ‘Não sabemos lidar com tecnologia deste tipo’. Tivemos a chance de comprar por 2 bilhões de dólares,” Wright disse ao Post.
É claro que a manchete gerada por Wright é mais interessante do que a realidade dos fatos.
Se a GE tivesse comprado a Apple, muito provavelmente Jobs não teria voltado para lá. E, sem sua visão, talento e liderança, é improvável que a Apple tivesse tomado a direção que tomou, revolucionando a indústria de celulares e da música.
Hoje, a Apple vale 607 bilhões de dólares na Bolsa. A GE vale 295 bilhões.
O livro de Wright, que comandou por muito tempo a NBC Universal, até recentemente uma subsidiária da GE, se chama “The Wright Stuff” (464 páginas), e está sendo visto como um ‘acerto de contas’ entre Wright e seu ex-chefe, Jack Welch.
De acordo com o Post, a revelação sobre a Apple está num capítulo sobre ‘oportunidades perdidas’ pela GE.
É tudo uma questão de perspectiva.