A Gávea Investimentos disse que suspendeu a captação de seu fundo de private equity No. 6 por não ter “atingido a escala mínima necessária para a implementação, com qualidade, da estratégia de investimento proposta.”
Acostumada a captar o grosso de seus fundos junto a investidores internacionais, a Gávea disse que boa parte desses investidores não querem saber do Brasil.
“Os fundos que têm captação global e investem em diversas geografias não estão tendo problema, mas encarar o Brasil a seco está sendo difícil para o investidor internacional. O pessoal tá meio em greve,” Arminio Fraga, o fundador da Gávea, disse ao Brazil Journal.
“Tivemos uma captação local — junto a familias e investidores institucionais — que estava apontando para R$ 1 bi, mas houve pouquíssimo interesse internacional de fato.”
O desinteresse externo vem apesar do dinheiro continuar de graça no mundo — com os juros americanos perto das mínimas históricas — e apesar do sucesso da Gávea em seu fundo mais recente.
Marcado conservadoramente, o GIF V, que levantou US$ 1 bi em 2014, está com uma taxa interna de retorno acima de 40%.
O fundo já teve saídas importantes: PIPEs na Fibria e Hering; Stone (da qual desinvestiu nos meses subsequentes ao IPO); e Grupo São Francisco (vendido para a Hapvida).
Outras empresas no portfólio incluem a Paschoalotto (líder em cobrança de dívidas), Fras-Le, Natural One, GPS (na reta final do IPO), Mundo Pet (uma varejista pet no Nordeste) e VTEX.
Segundo Arminio, o histórico da Gávea em private equity — considerando o fluxo de caixa de todos os seus fundos — está em cerca de 12% por ano acima da Bolsa, líquido de taxas.
A Gávea já levantou US$ 5 bi para seus cinco fundos.