A fusão da Quartzo Capital com a Invisto – duas das principais gestoras de venture capital do Sul – acaba de criar um portfólio combinado de R$ 600 milhões. Agora, querem levantar mais US$ 100 milhões.
A Quartzo Capital e a Invisto – duas das principais gestoras de venture capital da região Sul – acabam de anunciar a fusão de suas operações, num movimento para acelerar o investimento de risco em empresas além do eixo Rio-São Paulo.
O nome que permanecerá na placa é o da Quartzo, mas Marcelo Wolowski, o atual CEO da Invisto, é quem vai tocar o negócio de venture capital.
Marcel Malczewski, o fundador da Quartzo, continuará responsável por todos os negócios da gestora, que vem se posicionando como uma casa multi-estratégia, com operações de fundos multimercados, imobiliários e de crédito, além da área de investment banking.
Antes disso, ele foi um dos fundadores de Bematech, a empresa de tecnologia que fez seu IPO em 2007 e foi vendida para a Totvs em 2015.
“Apesar dessa expansão, o venture capital continua sendo a coluna vertebral da gestora, e a tendência é que continue sendo no futuro,” Marcel disse ao Brazil Journal.
O braço de venture capital terá um portfólio de R$ 600 milhões – R$ 450 milhões vindos da Quartzo e o restante da Invisto – espalhados por cerca de 70 empresas, como a fintech Asaas e a Omnichat, ambas de Curitiba.
Tanto a Invisto quanto a Quartzo já estavam trabalhando em novas captações, e agora vão juntar as forças.
Com isso, Marcel espera captar US$ 100 milhões para o fundo VI da Quartzo até o fim do ano que vem. O gestor disse que já tem US$ 15 milhões firmes e que deve ir às compras quando alcançar US$ 20 milhões, o que deve acontecer nos próximos meses.
Para chegar a este valor, a Quartzo está indo atrás de fundos de previdência ligados a governos, assim como bancos regionais e agências de fomento, como a Invest SP.
Além disso, Marcel está em contato com investidores institucionais tanto do Sul quanto do Espírito Santo – a Quartzo já é a gestora do primeiro fundo de venture capital do Fundo Soberano do Espírito Santo.
Por meio do FUNSES1 – o FIP ligado ao governo capixaba – a Quartzo já investiu mais de R$ 70 milhões desde 2019 e atraiu empresas como a Housi para se instalar no estado.
A ideia é aumentar o número de cheques originados no Espírito Santo, especialmente os vindos do setor privado. “Já conheço todo o PIB lá,” disse Marcel, que também está em contato com investidores como o BID e o IFC.
O gestor disse que a tese de investimento em venture capital seguirá no modelo venture builder – ou seja, a Quartzo quer ajudar ativamente na gestão, governança e estratégia.
Segundo ele, a ideia é seguir investindo nas regiões em que a Quartzo tem presença, mas isso não exclui aportes em empresas que nasçam no Rio ou São Paulo.
“Temos um formato muito hands-on. Então fica difícil investir em regiões mais afastadas, como Norte e Nordeste, por exemplo, pois fica mais difícil viajar com frequências para esses lugares,” disse.