O Fleury está tendo uma semana memorável no sellside.

Desde quarta-feira, a rede de laboratórios ganhou upgrades para ‘compra’ no BTG e no Santander, além de um relatório do Itaú BBA reiterando seu otimismo com o papel.

A ação do Fleury sobe 5% nos últimos 5 pregões, comparado a uma alta de 2,3% para o índice Bovespa. 

No Santander, os analistas Caio Moscardini, Karoline Silva Correia e Guilherme Gripp vêem três motivos para recomendar o papel: melhora no earnings momentum, rentabilidade incrementalmente maior e um valuation ainda a um nível razoável.

Os analistas veem o mercado subestimando a oportunidade de crescimento no lab to lab, especialmente com as sinergias criadas após a fusão com o Hermes Pardini.

Nas contas dos analistas, o lab to lab deve ter um CAGR de 12% entre 2024 e 2027. “O segmento será o principal motor de crescimento da receita do Fleury,” escreveram.

O Santander vê o Fleury negociando a 9,8x o lucro para 2025 – bem abaixo dos 14x da média dos últimos três anos – e colocou um preço-alvo de R$ 19,50, um upside de 29% em relação ao preço de tela, hoje próximo de R$ 15. 

Já o BTG, assim como a Goldman no fim de abril, vê o Fleury como uma ação defensiva para o momento ruim da Bolsa. 

“Com um modelo de negócios de diagnóstico resiliente, previsível e amplamente estável, o Fleury parece um tanto isolado dos muitos ventos contrários que atingiram outras ações,” escreveram os analistas Samuel Alves e Yam Cesquim.

Segundo o banco, embora o Fleury não tenha grandes perspectivas de crescimento, os fundamentos da empresa são sólidos.

Os analistas destacam que, apesar da alta participação de mercado, o Fleury conseguiu ganhar market share em seu principal negócio e ainda vem aumentando sua exposição a novos negócios – que já representam 9% da receita, ante 1% há três anos.

O BTG também enxerga a ação negociando a múltiplos atrativos (9,9x o lucro de 2025) e prevê um dividend yield de 7,4% em 2024 e 8,8% em 2025, um dos maiores do setor de saúde. 

Mesmo com o upgrade, os analistas reduziram o preço-alvo de R$ 21 para R$ 18, “refletindo o aumento do custo de capital no Brasil.”   

O Itaú BBA definiu o Fleury como “um porto seguro” para os investidores em um ambiente desafiador para as empresas de saúde. 

Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio preveem uma recuperação, inclusive, da marca Fleury – que teve resultados abaixo do esperado no primeiro tri. 

Para eles, o Fleury deve continuar ganhando participação de mercado este ano, e o EBITDA deve continuar melhorando na comparação ano contra ano pelo aumento da quantidade de serviços oferecidos e as sinergias com o Pardini. 

Apesar do otimismo, o banco diminuiu o preço-alvo do papel de R$ 22 para R$ 21. 

O Fleury vale R$ 8 bilhões na Bolsa.