Não é preciso ser sexy. Companhias literalmente sonolentas podem se provar uma boa tese de investimentos.
A Dynamo e a Verde, duas das gestoras mais respeitadas do País, carregam em seus fundos internacionais ações da Tempur Sealy International, a maior fabricante de colchões do mundo.
A empresa tem um valor de mercado de 4,9 bilhões de dólares e negocia sob o código TPX na Bolsa de Nova York.
No fundo global da Dynamo, a TPX está entre as cinco maiores posições; no fundo global da Verde, entre as 20 maiores, de acordo com documentos que as gestoras enviam aos órgãos reguladores listando os investimentos dos fundos.
A TPX é a pioneira na fabricação do colchão de ‘memory foam’, uma tecnologia desenvolvida pela NASA nos anos 60 que faz com que o colchão volte rapidamente a sua forma original depois que o usuário sai da cama — e que o ocupante de um lado da cama não seja incomodado quando o outro não para de se revirar. (De lá para cá, a tecnologia já foi copiada por outros e se tornou commodity.)
A empresa nasceu de uma fusão de rivais. Até 2012, a Tempur-Pedic tinha boas margens de lucro com o ‘memory foam’, até que uma concorrente, a Sealy Corp., começou a oferecer um colchão similar e mais barato, causando uma forte dor nas costas dos executivos da Tempur. Na época, as ações da Tempur chegaram a cair 75%.
Depois que as duas empresas se fundiram em 2013, formando a TPX, as coisas pareciam que iam decolar, mas o management da empresa não conseguiu entregar os resultados prometidos. Os acionistas começaram a perder o sono e acordar de mau humor.
Em maio, o H Partners, um fundo de Nova York que é o maior acionista da TPX, com 10% do capital, conseguiu derrubar três conselheiros da empresa — incluindo o CEO — depois de fazer ativismo junto a outros acionistas. De lá para cá, as ações da companhia já subiram mais de 30%. Em setembro, assumiu um novo presidente: o ex-CEO da empresa de aluguel de carros Dollar Thrifty, comprada pela Hertz em 2012. Ele já chegou cortando 2% da folha.
O H Partners tem um histórico de ganhar dinheiro em empresas com problemas. Na rede de parques de diversões Six Flags, o H Partners comprou a dívida da empresa quando ela estava em recuperação judicial — e se tornou seu maior acionista quando ela deu a volta por cima, trocando a dívida por ações. O investimento virou case na Harvard Business School. Em meio à crise de 2008, investiu na indústria química WR Grace a 8 dólares por ação; hoje, a ação está em 100 dólares — e, segundo a Forbes, o fundo ainda carrega quase toda a posição.
A TPX hoje negocia a 20 vezes seu lucro estimado para o ano que vem, mas os analistas em Wall Street acham que, quando a nova gestão começar a mostrar a que veio, a empresa se provará mais barata do que parece.
Clique no gráfico abaixo para ver a performance da ação nos últimos 12 meses.