A Figma, uma empresa de software de design concorrente da Adobe, viu sua ação explodir no primeiro dia de negociação na NYSE.
O preço da ação foi fixado em US$ 33 no bookbuilding, e fechou o dia em US$ 115,50 – uma alta de 250%.
Com a porrada na estreia, o market value foi a US$ 56,3 bilhões. Somando stock options de executivos, o valor total da empresa passou de US$ 65 bi.
As plataformas da Figma são empregadas na criação e desenvolvimento das interfaces de sites e aplicativos. Há dois anos, a empresa por pouco não foi comprada pela Adobe por US$ 20 bilhões.
A fusão foi anunciada em setembro de 2022, mas a comunidade de usuários foi contra e os reguladores antitruste dos EUA da Europa levantaram questionamentos. Em dezembro de 2023, as empresas desistiram da transação.
Agora, a Figma mais que o triplo, em um dos IPOs de tecnologia mais bem-sucedidos do ano.
Segundo a Bloomberg, a demanda pelo papel foi de 40x a oferta – e metade dos pedidos ficou sem alocação.
A empresa colocou no mercado 12,7 milhões de ações, enquanto os acionistas Index Ventures e a Greylock Partners venderam 24,46 milhões. A oferta inicial levantou US$ 1,2 bi.
O maior acionista da companhia é o CEO e cofundador Dylan Field, de 33 anos, que detém 74,1% do poder de voto por meio de ações Classe B; cada uma tem 15 votos. Sua participação agora equivale a US$ 6 bilhões.
Field e Evan Wallace criaram a startup em 2012 quando estudavam computação na Brown University. O primeiro produto foi lançado em 2016.
Sua inovação foi ter um software nativo para funcionar na nuvem, permitindo a colaboração de diversos usuários. O trabalho do design deixou de ser feito em documentos isolados para se tornar uma atividade em rede.
A empresa, cuja sede fica em São Francisco, tem 13 milhões de usuários/mês – entres eles, times de gigantes tech como Google, Microsoft, Netflix e Uber.
“Praticamente todas as pequenas startups que nós financiamos são construídas com a Figma,” um executivo da Sequoia disse ao Wall Street Journal.
Os preços dos serviços variam de acordo com a intensidade de uso e o número de pessoas conectadas na conta. Segundo a CNBC, mais de 1.000 clientes pagam até US$ 100 mil ao ano pelas assinaturas.
No último trimestre, o faturamento foi de aproximadamente US$ 250 milhões, um crescimento acima de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem bruta ficou acima de 90% – no topo da faixa das empresas de software.