A Fidelity chegou a 5,14% do capital do Inter — tornando-se o quarto maior acionista do banco digital da família Menin.
A gestora americana — com mais de US$ 13 trilhões em ativos sob administração — montou a posição ao longo dos últimos quatro meses, num período em que a ação do Inter atingiu novas máximas desde a listagem na Nasdaq em 2022.
Hoje o papel negocia a US$ 6,77, com o banco valendo US$ 3 bilhões na Nasdaq.
Com a posição, a Fidelity se torna o quarto maior acionista do Inter, atrás da família Menin, que tem 26,6% do capital total e 78% do capital votante; do Softbank, com 14,7% do capital total; e da Squadra, que tem 7,3% do Inter.
A montagem de posição vem num momento em que o Inter tem entregado ROEs crescentes, o que tem levado o sellside a revisar suas estimativas de lucro.
No primeiro tri, o ROE do Inter foi de 9,7%, contra 8,7% no quarto tri do ano passado, 5,7% no terceiro tri e 3% no segundo tri.
Hoje o consenso dos analistas projeta um lucro de R$ 900 milhões para este ano, quase três vezes maior que o do ano passado e o equivalente a um ROE de 14%.
O Inter agora negocia a 18x o lucro estimado para este ano e a cerca de 2x book.
A entrada da Fidelity no cap table também é resultado do trabalho que o Inter tem feito desde sua listagem nos EUA para internacionalizar sua base de acionistas e aumentar a liquidez de seu papel na Nasdaq.
Em janeiro, a empresa fez um follow-on justamente com esse objetivo. De lá para cá, a liquidez diária nos EUA saiu de quase US$ 1 milhão para mais de US$ 6 milhões.
Mas o grosso da liquidez continua no Brasil, com o BDR negociando R$ 70 milhões/dia, ou US$ 14 milhões.
“Antes a companhia não era investível, porque com menos de US$ 1 milhão de liquidez o sistema da maioria dos fundos não permitia sequer dar a ordem de compra,” o CFO Santiago Stel disse ao Brazil Journal.