A PetroRecôncavo e a Eneva se uniram para fazer uma oferta conjunta pelo Polo Bahia-Terra, da Petrobras, que está sendo relicitado hoje, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
Bahia-Terra é um conjunto de dezenas de campos terrestres na região do Recôncavo Baiano, e traz consigo toda a infraestrutura de midstream, como dutos, uma UPGN e um parque de tanques, conectados ao terminal portuário de Madre de Deus e à Refinaria Landulfo Alves (RLAM).
A parceria permitirá à Eneva aplicar sua expertise na exploração da reserva de gás associada ao campo, estimada hoje em 7 bilhões de metros cúbicos – uma reserva na mesma escala do campo de Azulão, o que, segundo fontes do setor, permitiria à Eneva construir duas pequenas termelétricas, com capacidade somada de 460 MW.
Para a PetroRecôncavo, os 11.000 barris de óleo equivalentes/dia que o polo produz hoje aumentariam sua produção atual em cerca de 50% – sem contar a revitalização dos campos.
Bahia-Terra é o último ativo do processo de desinvestimento de bacias maduras da Petrobras. Todas as demais já foram transferidas para operadores privados.
Neste processo, a PetroRecôncavo comprou os polos Riacho da Forquilha, Remanso e Miranga; a 3R comprou ativos no Rio Grande do Norte e na Bahia; e a Origem Energia comprou o Polo Alagoas.
Os campos maduros da Petrobras – que ficam principalmente no Nordest e chegaram a produzir 100 mil boe/dia cinco anos atrás – sofreram um declínio agudo nos últimos anos, com a Petrobras focando em seus ativos de classe mundial, os campos do pré-sal.
O processo de venda dos campos maduros é demorado – e vigiado de perto pelo TCU. Alguns destes campos operam há mais de 60 anos, e precisam de investimentos pesados para serem revitalizados.
Cada mês de atraso no processo de venda gera perda de receitas de royalties para os municípios e o Estado e prejudica o aumento da produção brasileira num momento de recorde de preço do petróleo.
Em outubro passado, um consórcio liderado pela Aguila Energia – do ex-CFO da PetroRio, Blener Mayhew – fez a melhor oferta pelo campo. Segundo relatos da época, a Aguila ofereceu US$ 1,8 bilhão pelo ativo – um preço considerado exorbitante pelos concorrentes, que incluíam a PetroRecôncavo, 3R Petroleum e a Seacrest Capital, associada no Brasil à Karavan Oil.
Mais tarde, a Aguila não conseguiu apresentar as garantias adequadas, forçando a Petrobras a relicitar o ativo.