Segundo maior ecommerce de vinhos da América Latina, a Evino está adquirindo a Grand Cru, conhecida por seu negócio de importação e venda da bebida, numa transação que fortalece a operação B2B da empresa e sua venda de rótulos premium.
O acordo cria uma companhia com receita bruta estimada em R$ 700 milhões, mas ainda precisa do aval do Cade.
As partes estão mantendo sigilo sobre o valor da transação.
O que se sabe é que a Evino está comprando 100% do capital: 77,5% do fundo de private equity Aqua Capital e 22,5% dos fundadores das famílias Levy e Shayo. A transação será paga com o dinheiro em caixa e linhas de financiamento.
Depois de mais de seis meses de negociações e conversas com outros players do ramo, a Evino concluiu o negócio, que vai impulsionar sua operação além do ecommerce voltado para o consumidor final.
“Queríamos dar um passo a mais no mercado offline e nas vendas para empresas, e ficou claro que nossas propostas eram complementares”, Ari Gorenstein, o co-CEO da Evino, disse ao Brazil Journal.
Fundada em 2013 e com receita de R$ 423 milhões no ano passado, quase o dobro de 2019, a Evino se consolidou como um dos principais players do mercado online de vinhos. Apesar de já experimentar o modelo físico e contar com um clube de assinatura, a maior parte da receita ainda vem com a venda avulsa por seu canal digital.
A Grand Cru, por sua vez, tem 110 lojas espalhadas pelo Brasil, entre operações próprias e franqueadas. A expectativa é abrir mais 27 pontos até o fim do ano. Também rentável, o negócio atua ainda com vendas diretas para restaurantes e hotéis, além de possuir seu próprio clube de assinatura.
A junção das duas empresas vai criar uma holding com pouco mais de 650 funcionários e que será rebatizada. A intenção, no entanto, é manter as duas marcas no mercado por contarem com públicos fiéis e de perfis distintos. Os clubes de assinatura devem ser fundidos em um só.
Após a transação, a Evino passa a ser a terceira maior importadora de vinhos no Brasil, ficando atrás somente da Wine, que comprou a importadora Cantu em maio, e da VCT, que pertence à chilena Concha Y Toro. Juntas, as três empresas controlam mais de 25% do volume de importação.
Mariano Levy, um dos sócios da Grand Cru, vai permanecer na operação, mas agora sem participação acionária.
Neste momento, ele e Gorenstein estão viajando pela Europa e visitando vinícolas em países como Itália, Portugal e Espanha.
A vida desses caras é dura.