Aos 119 anos, a velha Cataguazes-Leopoldina continua na moda.
A empresa, hoje conhecida como Energisa, precificou sua oferta de ações a R$ 49,80 agora à noite, levantando R$ 2,5 bilhões para reduzir seu endividamento e se preparar para novas oportunidades. O papel havia fechado a R$ 50,56 no pregão do dia.
Dada a alta demanda, a holding de distribuidoras de energia foi capaz de colocar o hot issue, o que elevou a oferta-base de R$ 2 bi em 25%.
A adesão dos atuais acionistas à oferta prioritária foi de 67% do total – com a família Botelho e o investidor Ronaldo Cezar Coelho acompanhando na proporção de suas participações – o que deixou apenas R$ 930 milhões para serem alocados ao mercado.
Com isso, a tranche de mercado foi 9,7x oversubscribed no preço final – o que garantiu uma alocação delicada para os bancos envolvidos na operação.
No meio da tarde, o líder do sindicato, o Itaú BBA, avisou os investidores de que a oferta sairia a R$ 49,80, e quem quisesse ficar dentro deveria subir sua ordem para aquele preço. (Só 4 contas não subiram as ordens.)
A alocação foi 50/50 entre investidores internacionais e locais, com os 10 maiores ficando com 67% da alocação.
O objetivo da oferta é arredondar a estrutura de capital da companhia – cuja relação dívida líquida/EBITDA ajustado fechou o terceiro trimestre em 3,3x EBITDA, contra 2,9x no final de junho de 2023.
O CEO Ricardo Botelho temia que a Energisa perdesse seu rating ‘triple-A’ se a alavancagem continuasse elevada.
Os recursos da oferta posicionam a companhia para participar de leilões de transmissão marcados para este ano, bem como explorar oportunidades no mercado de distribuição de gás, depois da aquisição da ES Gás em março do ano passado.
Os coordenadores foram o Itaú BBA, Bradesco BBI, Bank of America, Citi, JP Morgan, BTG, Santander e Scotiabank.