Esquecida na Bolsa depois de perder a Celg para a Equatorial, a Energisa acaba de receber um afago do Itaú BBA.
O banco aumentou o preço-alvo da empresa dos Botelho de R$ 65 para R$ 70. O papel negocia hoje a R$ 42.
O Itaú incorporou os resultados mais recentes, a aquisição da transmissora Gemini e a criação de valor no negócio de geração distribuída, e disse que a Energisa “é uma das nossas principais escolhas no segmento de distribuição devido a seu valuation atrativo, boa gestão, concessões eficientes e alto crescimento orgânico,” escreveu o time liderado por Marcelo Sá.
Nas contas do Itaú, a ação está sendo negociada a uma TIR implícita de 12,6% (bem acima da NTN-B 2050, que 6,3%, e de seus retornos históricos) e a um EV/RAB 2023 de 1,4x. Nos tempos áureos, os melhores nomes de distribuição negociavam a 2x.
No preço-alvo do banco, a Energisa seria negociada a um EV/RAB 2023 de 1,9x.
Segundo o banco, a Energisa deve entregar sólidos retornos de seu investimento em geração distribuída – um capex de R$ 2 bilhões nos próximos dois anos. A empresa quer atingir 530 megawatt-pico em projetos de GD até 2025, quando deve fazer um EBITDA de R$ 450 milhões no segmento em comparação aos R$ 50 milhões deste ano, nas projeções do Itaú.
O banco se diz menos bullish com a capacidade da empresa de gerar valor via M&As em 2023. O Itaú ouviu do management que a empresa não pretende olhar a Amazonas Distribuição, mas participará do processo da Coelce, colocada à venda pela Enel. Mas essa venda deve ser muito competitiva, atraindo CPFL, Equatorial, EDP e Neoenergia – e a Energisa tem se mostrado um comprador, digamos, parcimonioso.
Uma boa notícia – que ajudaria a destravar a liquidez do papel – seria a venda do bloco de 11% do BNDES, que acabou não acontecendo em novembro e agora depende da próxima administração.