A Empiricus desmontou seu par long Banco do Brasil, short XP – uma posição montada quatro meses atrás sobre a premissa de que a alta global dos juros levaria a uma migração dos ativos de growth para os de value, afetando particularmente os nomes ligados ao financial deepening.
De lá até ontem, quando o par foi desmontado, BBAS3 subiu 13% e XPBR31 caiu 11,6%, o que fez o par retornar cerca de 25%. (No pregão de hoje, XP cai mais 4%.)
“O derating da XP já veio,” disse Felipe Miranda, o CIO da Empiricus. “A 10x lucro, a XP já me parece negociar a num múltiplo razoável. Para cair mais precisaria de um derating adicional, ou de uma queda no lucro.”
Para ele, pode até ser que o lucro caia, “mas a XP ainda é um dos grandes vencedores dessa trajetória de sofisticação do mercado financeiro.”
Quando a Empiricus montou a operação, a XP negociava com múltiplos maiores que o BTG, o que “não fazia sentido, dado que eles [o BTG] têm uma receita bem mais diversificada.” Hoje, esse gap já praticamente fechou.
A Empiricus ainda mantém um long & short com Banco do Brasil e Nubank.
Nesse caso, há uma questão de valuation e uma divergência em relação à estratégia.
“Nunca acreditamos muito nessa narrativa deles,” disse Felipe. “Acho que o Nubank vai sim ter um custo mais baixo que os demais bancos, mas essa história de que eles vão ter CAC mais baixo eu não acho. Quando eles começarem a colocar produtos e a cobrar, o NPS cai e o CAC aumenta.”
Segundo ele, mesmo com a correção dos últimos meses, o Nubank ainda é de longe o banco mais caro do setor, negociando a 4,17x book.