A Eletromidia acaba de comprar 100% da MOOHB, numa transação que fortalece sua vertical de publicidade na rua e deve contribuir para aumentar a margem EBITDA da maior companhia de mídia out of home do Brasil.
A Eletromidia está pagando R$ 40 milhões pela MOOHB, que é dona da concessão de todos os abrigos de ônibus de Campinas — o maior PIB do interior de São Paulo.
A MOOHB tem 300 pontos de ônibus e 600 painéis em operação, mas o contrato permite explorar mais 600 pontos. A concessão começou em 2018 e tem mais 17 anos de duração.
O CEO Eduardo Alvarenga disse ao Brazil Journal que há duas sinergias óbvias: colocar sua força comercial para vender anúncios nos novos ativos, e digitalizar os painéis, que hoje são todos estáticos, o que permitiria cobrar mais caro pela publicidade e colocar mais anunciantes num mesmo espaço.
Além disso, “tem muito anunciante que nem está fazendo mais mídia estática, que só topa anunciar se for na mídia digital, porque é um conteúdo muito mais dinâmico e com mais velocidade de atualização,” disse ele.
A Eletromidia vai investir R$ 10 milhões para digitalizar os painéis de Campinas. O processo deve ser concluído em dois anos, mas as mudanças devem gerar “um impacto positivo muito relevante no resultado” já no ano que vem, disse o CEO.
Após as sinergias, a MOOHB deve faturar cerca de R$ 24 milhões em 2022, com um EBITDA de R$ 12,6 milhões — o que implica um múltiplo de 3,5x EV/EBITDA para a transação.
Para efeito de comparação, na compra da Ótima há três meses a Eletromidia pagou 6,7x o EBITDA de 2022.
A transação de hoje também tem um efeito positivo para a margem da Eletromidia, que opera hoje com uma margem EBITDA bem menor que a da MOOHB, ao redor de 20-30%.
A aquisição é a terceira desde o IPO da Eletromidia em fevereiro, quando a empresa levantou R$ 700 milhões com a promessa de investir em três pilares: expandir seu core business com mais painéis; entrar em negócios adicionais que se beneficiem das concessões que ela tem; e investir em empresas de tecnologia.
Com a incorporação da MOOBH e da Ótima (que ainda aguarda aprovação do CADE), o negócio de “ruas” da Eletromidia passa a ter 10% de todas as 60 mil telas da empresa, mas se torna o maior gerador de receita dentro da companhia, junto com o segmento de transportes (que inclui a operação da CPTM em São Paulo).
A empresa opera também em aeroportos, shoppings e edifícios comerciais e residenciais.