A Eletrobras acaba de precificar uma oferta de debêntures de R$ 7 bilhões – a maior emissão recente da história da companhia e uma das maiores do mercado brasileiro de dívida.

A emissão foi dividida em duas séries: uma debênture de infraestrutura de R$ 4 bilhões com vencimento em 8 anos e uma de R$ 3 bilhões não-incentivada e atrelada a metas sustentáveis, com vencimento em cinco anos.

Mesmo com o tamanho da emissão, a demanda pelas duas séries foi de quase R$ 13 bilhões – o equivalente a 1,8x o book. Desse total, R$ 7 bi foram para a debênture de infraestrutura e o restante para a não-incentivada.

Segundo fontes envolvidas na transação, essa foi a maior demanda por uma emissão de debêntures da história recente, depois da emissão de R$ 5,5 bilhões da Aegea, que teve demanda de R$ 10 bi. (Naquela oferta, no entanto, R$ 2 bi vieram do BNDES). 

Com a demanda forte, a taxa final foi menor que a taxa da garantia firme dada pelos bancos em maio, e que balizou o price talk inicial da oferta. 

A debênture de infraestrutura – que tinha começado com uma taxa de NTN-B 2030 + 1,30% – saiu com um spread de 100 bps, uma compressão de 30 bps. Já a debênture não-incentivada – que começou a CDI + 2,15% – saiu a CDI + 1,55%, uma compressão de taxa de 60 bps.

Na série incentivada, as amortizações acontecem no ano seis, sete e oito. Na não-incentivada, 50% da amortização acontece no ano quatro e o restante no ano cinco. 

Para a Eletrobras, a taxa foi atrativa também em termos relativos. Por exemplo, a TIM Brasil – outra empresa AAA e do setor de utilities – fez uma emissão recente de uma debênture não-incentivada de cinco anos, que saiu a CDI + 2,15%. 

“O volume dessa emissão da TIM era maior (R$ 5 bi), mas o cronograma também era mais acelerado, com a amortização começando em dois anos,” disse a fonte. 

A Eletrobras disse que vai usar os recursos da série incentivada para o pagamento de bonificações de outorgas de hidrelétricas de algumas de suas subsidiárias. Já os recursos da série não-incentivada não tem um uso definido. 

Uma fonte a par do assunto disse que a demanda veio de assets, do private de bancos e também de milhares de investidores de varejo. “Não ficou ninguém de fora. Todas as assets grandes bidaram, e mesmo bancos que não estavam no deal participaram,” disse a fonte.

Os coordenadores foram BTG Pactual, Bradesco BBI, UBS BB e Santander.