Em meio a drama, fofocas e uma guerra pública travada por um conselheiro, os acionistas da Eletrobras elegeram hoje o novo conselho de administração da empresa.
Os seis nomes escolhidos pelos detentores de ações ordinárias foram: Vicente Falconi; Marisete Pereira, Felipe Dias e Ana Silvia Matte – todos reeleitos – e os novatos Carlos Márcio Ferreira, que tem passagens pela CPFL Energia, Energisa e Eneva; e Juca Abdalla, o misterioso dono do Banco Clássico.
Presidida pelo advogado Francisco Müssnich, a assembleia durou cerca de 4 horas.
Na primeira etapa, foram escolhidos cinco candidatos indicados pela administração. A escolha do sexto candidato foi para uma repescagem, realizada porque os candidatos Daniel Alves Ferreira (indicado pela administração), Marcelo Gasparino, Juca Abdalla, e Afonso Henriques Moreira Santos (indicados por acionistas dissidentes: Abdalla, Lirio Parisotto, Clave, Tempo Capital e RPS) não alcançaram os 693.546.240 votos necessários para serem eleitos.
Por conta disso, numa segunda eleição, os votos alocados em quem não foi eleito na primeira foram realocados, e Juca Abdalla saiu vencedor.
Na sequência, Pedro Batista, sócio da gestora Radar, venceu Rachel Maia na eleição em separado de acionistas preferencialistas por 85 milhões de votos a 45 milhões.
Assim, os candidatos indicados pela administração formaram maioria no conselho.
Completam o colegiado Silas Rondeau, Nelson Hubner e Maurício Tolmasquim, escolhidos pela União.
Antes da eleição para o conselho começar, os acionistas aprovaram o acordo entre a Eletrobras e o Governo Lula para encerrar a Ação Direta de Inconstitucionalidade iniciada em maio de 2023. O acordo garantiu as três vagas para a União.
Mas a grande dúvida da assembleia era a viabilidade eleitoral de Marcelo Gasparino, depois que o advogado e conselheiro profissional travou uma guerra pública contra Pedro Batista, questionando a administração da Eletrobras e o processo eleitoral no Linkedin – e recebendo três advertências formais da empresa. No final, Gasparino teve 242 milhões de votos, e ficou de fora.