German Efromovich escalou Omar Resende Peres, seu amigo e um veterano da indústria naval, para assumir a negociação junto aos armadores e achar uma solução definitiva para o Estaleiro Ilha SA (Eisa).
Uma reunião ontem em São Paulo definiu que Peres ficará à frente das negociações com os credores, principalmente a Log-In. Peres já foi dono do estaleiro Mauá e hoje administra os negócios de sua família.
A conclusão da reunião foi de que o EISA tem um problema de liquidez, não de insolvência.
O patrimônio da empresa, segundo um participante da reunião, é 10 vezes maior que a dívida, que monta a 160 milhões de reais.
A Log-In é o maior credor porque fez adiantamentos ao EISA por conta de navios encomendados ao estaleiro.
O Grupo Synergy, de Efromovich, está buscando recursos para pagar a folha salarial deste mês. Depois de honrar a folha, se ainda não tiver encontrado um comprador para o EISA, vai suspender as operações e demitir os 3.000 funcionarios, que só serão readmitidos quando o EISA tiver um novo proprietário.
A possibilidade de um pedido de recuperação judicial não existe neste momento porque, com exceção da folha e cartão-alimentação, não há dívidas vencidas nem credores tentando executar o estaleiro.
“Nos últimos 10 anos, não houve nenhum saque do estaleiro para os controladores, nem um centavo,” diz uma fonte próxima a Efromovich. “Ao contrário, o grupo colocou quase 100 milhões de reais lá. Os livros estão abertos.”
Efromovich atribui a situação do estaleiro à má gestão de seus próprios executivos, que já foram demitidos há cerca de um ano.
O comitê de crise do EISA, recém criado, se reúne nas próximas horas.