Edson BuenoSaíram os exames regulatórios do empresário Edson de Godoy Bueno, e o Dr. CADE, após analisá-los, concluiu: o paciente está liberado para assumir a DASA.

Bom, é quase isso. Os exames não são conclusivos, mas o prognóstico é bom.

Em decisão publicada hoje no Diário Oficial, a Superintendência-Geral do CADE disse não ver maiores problemas em Bueno controlar a empresa de diagnósticos, dona das marcas Lavoisier, Pasteur, Lâmina e Bronstein, entre outras. Alguns analistas acham que isso virtualmente garante a aprovação pelo Tribunal do órgão.

Bueno e sua ex-mulher, Dulce Pugliese, ficaram donos de 23,5% da DASA quando venderam sua empresa de diagnósticos, a MD1, para a DASA em 2010. Em fevereiro deste ano, fizeram uma oferta a outros acionistas e passaram a controlar mais de 70% do capital da empresa.

O CADE chegou a suspender a fusão da DASA com a MD1 em outubro de 2011, mas quando finalmente a aprovou, em dezembro do ano passado, fez a DASA se comprometer a alienar ativos na cidade do Rio de Janeiro e a não realizar aquisições em três Estados.

No Rio, a DASA terá que vender à concorrência ativos com um faturamento anual combinado de R$ 110 milhões. Pelo acordo, a lista de ativos incluirá “cerca de 30 pontos de coleta, uma marca conhecida no mercado carioca, conjunto de equipamentos, profissionais que trabalham na empresa”. A venda ainda não aconteceu.

Além disso, o acordo proíbe a DASA de fazer novas aquisições no Grande Rio (incluindo Duque de Caxias, Niterói e Nova Iguaçu) por três anos. Em São Paulo e Curitiba, a restrição de aquisições vale por dois anos.

Agora, a Superintendência do CADE disse que aqueles remédios já são suficientes, mas exigiu um reforço que julgou importante: que o “Grupo Bueno” assinasse um termo de compromisso, aderindo formalmente ao que a DASA havia concordado na operação anterior.

Bueno está tomando controle da Dasa depois da empresa passar por um período turbulento, em que cortes de custo excessivos e falta de investimento alienaram boa parte da comunidade médica e detonaram o valor de suas ações. Há dois anos, a Dasa vem tentando recuperar sua credibilidade e o valor de suas marcas.

Bueno e Pugliese, que construíram a empresa de medicina de grupo Amil e receberam R$ 6,5 bilhões ao vendê-la em 2012 para a americana United Health, já colocaram R$ 2 bilhões aumentando sua participação na DASA. Dois executivos da confiança de Bueno, Dickson Tangerino e Romeu Côrtes Domingues, presidem respectivamente a DASA e seu conselho.

A aprovação final ainda pode demorar: a operação foi notificada em 19 de março, e o prazo legal para uma decisão final do CADE é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.