A Delta Air Lines vai injetar novo capital na Gol, aproveitando a recente mudança na lei que permite que investidores estrangeiros agora detenham até 49% das ações com direito a voto das companhias aéreas brasileiras.
O preço acordado para a emissão das novas ações é entre 4,80 e 5 reais por ação, e a família Constantino, controladora da Gol, vai acompanhar o aumento de capital. A ação da Gol fechou quinta-feira a 3,43 reais.
Muito endividada, a Gol é uma das empresas que mais tem sofrido com a alta do dólar e a retração na economia. Cerca de 50% de suas despesas são na moeda americana.
A Delta tem hoje 16,2% das ações PN da Gol, o que equivale a 9,48% do capital total da empresa. O Fundo de Investimento em Participações Volluto, da família Constantino, tem 100% das ações ON e 33,88% das PN, ou 61,3% do capital total.
Além de sua participação acionária na Gol, a Delta também garante um empréstimo de 300 milhões de dólares — a uma taxa de 6,5% ao ano (!!!) e prazo de cinco anos — tomado pela Gol no final de agosto.
Para prestar esta garantia, a Delta recebeu como contragarantia as ações da Smiles detidas pela Gol. Não está claro se, depois do aumento de capital planejado, esta dívida será quitada e a garantia, eliminada.
No final do mês passado, a Gol fortaleceu seu caixa ao fazer um contrato de venda antecipada de passagens para a Smiles no valor de até 1 bilhão de reais, sendo 376 milhões de reais num primeiro momento e o restante, em tranches, até 30 de junho de 2017.
Comandada pelo CEO Paulo Kakinoff, a Gol também anunciou uma série de medidas para reforçar sua liquidez: redução da quantidade de pousos e decolagens em pelo menos 6%; a suspensão de sete destinos operados no final do ano passado; a devolução de cinco aeronaves em regime de arrendamento financeiro; e a alteração no cronograma de entrega de novas aeronaves entre 2016 e 2017 de quinze para apenas uma.
ATUALIZAÇÃO às 10:25hs: A assessoria de comunicação da Gol nega que a Delta vá capitalizar a empresa. A Delta também nega a informação.