“Cuts are coming,” previu a Goldman Sachs em um relatório divulgado hoje, reafirmando sua opinião de que o Federal Reserve iniciará o ciclo de alívio monetário em março. 

Jan Hatzius, o economista-chefe do banco, disse que a recente alta na inflação trouxe uma renovada preocupação entre os analistas de que talvez a desinflação de 2023 não se mantenha nos próximos meses. 

“Nós continuamos a ter uma visão mais otimista,” escreveu Hatzius. 

Para ele, quando se observam os núcleos das médias anualizadas dos últimos meses, a tendência de queda na inflação permanece. Além disso, o time da Goldman projeta uma desaceleração nas altas de serviços e salários, como consequência de uma melhora entre a oferta e a demanda na economia americana e global. 

“Esses sinais nos deixam confortáveis com a nossa estimativa de que o Fed vai começar a cortar em breve, mais provavelmente em março,” disse Hatzius. “Além do mais, o presidente [Jay] Powell disse na entrevista coletiva de 13 de dezembro que o comitê gostaria de cortar ‘bem antes’ de a inflação cair para 2%.” 

Hatzius prevê cinco cortes ao longo do ano, mas acredita que não serão reduções de 0,5 ponto percentual. O Fed deverá seguir um caminho gradualista, de reduções de 0,25 ponto, tendo em vista a economia ainda forte. 

A Goldman espera um crescimento do PIB americano de 2,3% neste ano – bem acima do consenso de mercado de 1,3%. O banco também considera baixo o risco de os EUA entrarem em recessão – 15% de probabilidade, contra 50% da média do mercado apurada pela Bloomberg. 

Por essas razões, Hatzius acredita que “uma série gradual de cortes seja mais provável do que uma campanha agressiva” de alívio monetário.