A ComBio, que fornece energia térmica renovável para grandes indústrias, tem dois novos sócios: os bancos europeus de desenvolvimento DEG, da Alemanha, e Proparco, da França.
Cada instituição acaba de investir US$ 10 milhões através de fundos das gestoras SPX e da Lightrock, que entraram na ComBio em 2023. A empresa faturou R$ 1 bilhão este ano substituindo combustível fóssil por biomassa nas caldeiras de companhias como o Grupo Votorantim e a Klabin.
Em 2023, as gestoras fizeram um aporte de R$ 350 milhões e ficaram com 31% da companhia; o controle pertence aos sócios fundadores Paulo Skaf Filho, Roberto Lombardi e os irmãos Marcos e Fábio Brant.

A nova rodada não é um aporte direto na ComBio, mas um co-investimento por meio das duas gestoras. O DEG, subsidiária do grupo alemão KfW, principal banco de desenvolvimento da Alemanha, participou da operação por meio da SPX.
“Como o fundo já tinha feito o aporte na ComBio, o DEG entra por meio de um fundo paralelo de co-investimento que compra essa participação no mercado secundário,” disse Bernardo Remy, um sócio da SPX.
Já o Proparco, o braço da Agência Francesa de Desenvolvimento focado no setor privado, investiu por meio da gestora Lightrock. É o primeiro investimento direto do Proparco com foco climático no País.
“O Brasil é hoje o maior portfólio do DEG,” disse Monika Beck, membro do conselho de administração do DEG. “O que nos atrai é o ambiente favorável para renováveis e soluções baseadas na natureza, e a ComBio contribui diretamente para reduzir emissões ao substituir combustíveis fósseis por biomassa.”
O processo de due diligence levou um ano e meio.
Com a operação, as instituições europeias investiram o equivalente a 25% do valor que as gestoras aportaram.
Ainda que estejam fora do cap table, a entrada de DEG e Proparco equivale a um selo de garantia ESG e pode atrair novos clientes e facilitar o acesso a novas fontes de financiamento, disseram os sócios da ComBio.
A presença das duas instituições “abre portas comerciais junto a empresas de capital alemão e francês,” disse Paulo Skaf Filho, o CEO da ComBio. “Além disso, novos pockets se abrem para a gente, permitindo o acesso a green bonds de uma forma facilitada.”
O modelo de negócios da companhia é o de full outsourcing, no qual ela é responsável pelo investimento, construção e gestão de caldeiras a vapor nas instalações dos clientes para a geração de energia térmica a partir de biomassa como bagaço de cana e resíduos de madeira.
Com expectativa de triplicar o faturamento até 2030, a ComBio deve abrir uma nova rodada de captação direta só em 2027, dado que sua estrutura de capital atual – reforçada por um financiamento de R$ 450 milhões levantado com o IFC em 2024 – deve suportar o crescimento até lá.











