O ChatGPT acaba de completar três anos, mas já enfrenta sua primeira crise existencial.
Sam Altman, o CEO da OpenAI, emitiu um ‘alerta vermelho’ em um memorando interno, afirmando que será necessário aprimorar a ferramenta de inteligência artificial – que ainda é a mais popular do mundo, mas vem enfrentando uma competição cada vez mais acirrada de rivais como o Gemini, do Google, e o Claude, da Anthropic.
Segundo o Wall Street Journal e o Financial Times, Altman afirmou que há muito trabalho a ser feito na melhora da experiência dos usuários do ChatGPT, como em recursos de personalização, velocidade de entrega das respostas e qualidade das informações.
Em testes comparativos, o modelo de linguagem da OpenAI vem sendo superado por outros desenvolvedores de AI. A adoção do Gemini tem avançado rapidamente, ainda mais agora que a ferramenta foi potencializada pelo popular gerador de imagens e editor de fotos Nano Banana. Já entre os clientes corporativos, o Claude vem se destacando.

Nota: no final de 2022, foi o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, que emitiu um ‘alerta vermelho’ em razão do ChatGPT.
No memorando enviado ontem aos executivos e engenheiros da OpenAI, Altman disse que outras frentes de negócios, como a monetização com anúncios e agentes de AI para compras, vão ficar de lado por enquanto. A prioridade será a evolução da performance do ChatGPT.
Avaliada em US$ 500 bilhões em sua mais recente rodada, a OpenAI vem investindo bilhões e bilhões de dólares na construção de data centers. Só não ficou claro ainda, para os analistas, como a empresa fará dinheiro para bancar todo o capex previsto e ter algum lucro.
Em um relatório recente, o HSBC destrinchou os números da OpenAI e chegou à conclusão de que faltam US$ 207 bilhões para a empresa fechar as contas nos próximos cinco anos.
“Fechar esse gap vai exigir uma combinação de fatores, incluindo uma receita acima de nossas estimativas, melhor gestão de custos, aumento de capital e emissão de dívida,” disse o relatório,
O time do banco estimou que os custos de infraestrutura de nuvem serão de US$ 792 bilhões entre o final de 2025 e 2030. Apenas o aluguel de data centers deverá atingir US$ 620 bi.
Assumindo que o número de usuários do ChatGPT alcance 3 bilhões (44% das pessoas acima de 15 anos) e uma taxa de conversão paga de 10%, a receita anual atingirá US$ 214 bilhões até 2030 – mais de 10x os US$ 20 bi esperados para este ano. Ainda assim, disse o HSBC, o fluxo de caixa permanecerá negativo.
Essas são as projeções do banco para o resultado líquido negativo, em dólares, da OpenAI nos próximos anos:
2025 – 26 bi
2026 – 87 bi
2027 – 128 bi
2028 – 159 bi
2029 – 193 bi
2030 – 207 bi
Esse sim um verdadeiro ‘alerta vermelho’ – de dar inveja a uma estatal brasileira.
A despesa total acumulada entre 2022 e 2030 deverá somar US$ 1,4 trilhão – equivalente a mais de 60% do PIB brasileiro, em valores de mercado.
Segundo o HSBC, as empresas mais expostas ao sucesso/fracasso da OpenAI são Oracle, Microsoft, Amazon, Nvidia e AMD, além do Softbank, que possui participação de 11% no capital da criadora do ChatGPT.











