A Haoma — a marca de chocolates saudáveis fundada há seis anos em Minas Gerais — acaba de fechar uma extensão de sua rodada de capital no momento em que se prepara para entrar no modelo de franquias.
A rodada foi feita para permitir a entrada do CFO da Minerva Edison Ticle, que investiu R$ 6 milhões e avaliou a empresa em R$ 150 milhões, o mesmo valuation post-money que a Moriah Asset e a Baraúna pagaram em março do ano passado.
Na época, as duas gestoras avaliaram a empresa em pouco mais de R$ 100 milhões — com aportes primários e secundários.
Fundada em 2019, pouco antes da pandemia, a Haoma nasceu do forno do casal Thiago Amaral e Iana Macedo, que tinham um empório em Divinópolis, Minas Gerais, e criaram um bombom sem açúcar, com whey protein e sem aditivos e conservantes.
Antes de lançar o chocolate no mercado, o casal apresentou o bombom à influenciadora mineira Juju Norremose, que tem mais de 1,4 milhão de seguidores nas redes sociais e se apaixonou pelo produto. Juju fez uma campanha de divulgação do bombom por três meses até decidir se tornar sócia da marca junto com o marido, Sérgio Bruno.
Pouco a pouco, aquele singelo bombom se transformou num negócio com 70 SKUs, presença em mais de dois mil pontos de venda e faturamento de R$ 35 milhões no ano passado.
Ticle — que conhece Sérgio há anos — disse que decidiu investir na Haoma porque ficou “impressionado” com a qualidade do produto e o crescimento do negócio.
“No último semestre, eles cresceram mais de 40% ano contra ano numa economia que está crescendo na margem,” Ticle disse ao Brazil Journal. “Também acho que esse tema da saudabilidade vai crescer muito e se conectar cada vez mais com a bandeira ESG. E eles são uma referência nisso.”
Num mercado extremamente competitivo — com marcas como Kopenhagen, Cacau Show e Dengo — a Haoma tem buscado se diferenciar pela qualidade de suas matérias-primas e pela saudabilidade do produto. O posicionamento de preço é parecido ao da Dengo, e um pouco acima da Kopenhagen em alguns produtos.
“Mas a Dengo trabalha com produtos com açúcar, o que reduz o custo. Nossos produtos são todos sem açúcar e adoçados com adoçantes naturais como o maltitol e o stevia,” Sérgio disse ao Brazil Journal. “Também somos ‘bean to bar’, cuidando da qualidade do nosso produto desde o grão até a barra.”
Segundo ele, a Haoma não é verticalizada, mas atua de forma muito próxima aos produtores de cacau. “Estamos preocupados desde o início até o final da produção. Nos preocupamos com quem está plantando o cacau, se tem filho, se está no colégio, e com a qualidade do que está sendo plantado.”
Hoje 70% das vendas da Haoma vem do B2B, com os produtos da marca presentes em mais de 2.000 pontos de venda, entre empórios, supermercados e lojas especializadas. O restante das vendas vem do ecommerce e dos três quiosques próprios que a empresa opera nos shoppings Cidade Jardim, Leblon e Morumbi.
O plano para este ano é abrir 10 novos quiosques – todos no modelo de franquias.
Em quatro anos, o plano da Haoma é chegar a 100 pontos de venda – entre lojas e quiosques – atingindo um faturamento de R$ 150 milhões a R$ 180 milhões.
Sérgio disse que desde que a marca lançou o modelo de franquias há 15 dias – com a divulgação apenas no perfil de Juju – quase 700 pessoas já enviaram o formulário de interesse para se tornarem franqueados.
“Mas queremos fazer algo organizado, com calma, para que cada um dos franqueados possa ter o nosso apoio e conseguir ter uma boa rentabilidade na operação,” disse ele.
O plano é começar com apenas um formato – o de quiosques – e lançar um modelo de loja com café já nos próximos meses. Ainda este mês, a Haoma vai abrir uma loja própria com esse formato novo no CJ Shops, nos Jardins, para testar o modelo antes de abrir para franquia.
O investimento mínimo nas franquias da marca será de R$ 250 mil, com um payback estimado em três anos.
O foco da expansão será em shoppings voltados para as classes A e B e em aeroportos, começando pelo Sul e Sudeste.
Com a entrada em franquias, a Haoma já espera faturar R$ 51 milhões este ano, 45% mais que no ano passado. Segundo Sérgio, a empresa opera com uma margem EBITDA entre 30% e 35%.