A Votorantim Cimentos (VC) anunciou que Marcelo Castelli, o atual CEO da Fibria, será seu próximo presidente.

Na compra da Fibria pela Suzano, já ficara acordado que Castelli cederia o lugar a Walter Schalka, o CEO da Suzano.

A Suzano assume a Fibria em 14 de janeiro, e Castelli começa na VC duas semanas depois.

Para Castelli, trata-se de um movimento dentro do grupo onde ele fez boa parte da carreira.

O executivo passou por todos os principais players do setor de papel e celulose: foi trainee da Suzano ao sair da faculdade, trabalhou na antiga Bahia Sul, a JV da Suzano com a Vale, e também na Aracruz.

Em 1997, entrou na então Votorantim Celulose e Papel (VCP), onde foi apontado como o diretor de integração na fusão com a Aracruz que deu origem à Fibria em 2009. 

Foi diretor florestal, diretor de papel, diretor de estratégia, diretor de suprimentos, até ser nomeado CEO em julho de 2011. 

Quando assumiu a Fibria, a dívida líquida da companhia equivalia a 6x sua geração de caixa anual. Logo antes da fusão com a Suzano, era menos de um terço disto.

Entre 2015 e 2017, Castelli executou o Projeto Horizonte 2, um capex de US$ 2,1 bilhões que aumentou em 34% a capacidade de produção da Fibria ao custo mais baixo da indústria no mundo.

Na métrica de produtividade conhecida na indústria como “dentro da cerca” (que exclui as diferenças estruturais de custo entre florestas plantadas e florestas naturais), a Fibria conseguiu aumentar sua capacidade investindo apenas US$ 947 por tonelada instalada, contra uma média histórica do setor de US$ 1.400 por tonelada.

Castelli substituirá Walter Dissinger, que estava há mais de cinco anos à frente da VC. 

Durante este período, a VC tentou abrir seu capital na Bolsa em duas ocasiões, 2013 e 2017. Em ambas, o mercado não concordou com a ambição de preço do controlador. 

Se o novo ciclo de crescimento do Brasil se confirmar, o novo CEO terá chegado a tempo de fazer a terceira tentativa.