O Grupo Casino estendeu o vencimento de sua principal linha de crédito sindicalizado, um acordo que reduz custos, alonga prazos e elimina alguns covenants.
O acordo anunciado ontem em Paris aumenta a flexibilidade do grupo — que controla o Grupo Pão de Açúcar no Brasil e o Éxito na Colômbia, entre outros — para cumprir seu plano de venda de ativos sem pressão.
Os principais credores do grupo são BNP Paribas, Crédit Agricole, HSBC e Société Générale.
Com uma dívida que vem caindo mas ainda se encontra acima de 3x EBITDA, o Casino enfrentava o risco de ter que vender ativos relativamente rápido para cumprir seus covenants e ajudar a Rallye a servir sua dívida.
A Rallye, a holding por meio da qual Jean-Charles Naouri controla o Casino, reestruturou sua dívida junto aos bancos em março do ano passado depois de ter entrado no processo de sauvegard, o equivalente à recuperação judicial brasileira, e está cumprindo o plano de repagamento de 10 anos.
O Casino disse que sua linha de € 1,8 bilhão foi esticada de outubro de 2023 para julho de 2026, e os bancos reviram os covenants à luz da melhoria das condições financeiras do grupo.
Além disso, o Casino renovou e estendeu a linha de crédito sindicalizada da Monoprix, sua rede de lojas de bairro.
O valor das linhas de crédito disponíveis ao Casino agora chega a € 2,2 bilhões. O prazo médio aumentou de 2,2 anos para 4,6 anos.
O mercado de dívida antecipou a melhora. Os bonds do Casino já subiram mais de 60% desde o início do ano.