A WTorre e o Carrefour Property, o braço imobiliário do Carrefour, estão colocando de pé um dos maiores empreendimentos imobiliários da cidade de São Paulo, um esforço do Carrefour para rentabilizar um terreno de 60 mil metros quadrados numa área nobre da capital.
O projeto — chamado Alto das Nações — será construído na Marginal Pinheiros, no espaço que hoje abriga a primeira loja da rede no País, no bairro da Chácara Santo Antonio.
O terreno — hoje ocupado apenas pelo hipermercado e um estacionamento generoso — receberá uma torre comercial, um shopping center, uma torre multiuso (em parceria com a JFL Realty) e outra residencial, que será desenvolvida pela Eztec.
O empreendimento terá mais de 320 mil metros quadrados de área construída e um VGV próximo de R$ 3 bilhões — usando como base um preço por metro quadrado de R$ 13 mil para o residencial e de R$ 23 mil para o comercial.
Do total, 60% do VGV virá da torre comercial, que deve ser a maior de São Paulo com 216 metros de altura. Na permuta com a WTorre, o Carrefour ficará com 16% da torre, além do hipermercado e do shopping center.
Quando o projeto estiver 100% concluído a expectativa é que o EBITDA do Carrefour no empreendimento mais do que dobre (considerando o hiper, o shopping e a operação financeira), o CEO do Carrefour Property, Yen Wang, disse ao Brazil Journal. Segundo ele, as vendas do hipermercado podem aumentar de 30% a 40% com o crescimento do fluxo.
Este é o primeiro grande empreendimento do Carrefour Property desde o lançamento em 2018 do Shopping Jardim Pamplona, na Avenida Nove de Julho.
O projeto está sendo dividido em duas fases. Na primeira, a WTorre vai erguer o shopping center e construir um novo hipermercado conectado ao mall. Na segunda, demolirá o hipermercado atual e construirá a torre comercial, a multiuso e a residencial.
As obras começaram no mês passado; a primeira fase deve estar pronta até o final de 2022, e a segunda, em 2026.
O Alto das Nações deve ser o primeiro de uma série de novos empreendimentos que o Carrefour Property pretende fazer nos próximos anos.
O grupo tem um portfólio de 310 imóveis próprios que somam mais de 14 milhões de m². Wang diz que vê potencial de desenvolvimento em pelo menos 68 deles.
“Na média, o Carrefour usa apenas 15% do potencial construtivo desses imóveis,” diz Wang. “Podemos multiplicar por 5x a 7x o ABL desses ativos, gerando um valor imobiliário muito importante.”
Segundo Wang, a maioria dos projetos será de uso misto, já que esse tipo de empreendimento diminui o risco de quem está desenvolvendo e aumenta o fluxo de pessoas na região.