O Itaú BBA reviu suas estimativas para Camil e elevou a recomendação da empresa de alimentos para ‘outperform’, com um preço-alvo de R$ 13.
O upside é de 32% em relação ao fechamento de ontem, a R$ 9,84. O papel sobe 4,5% na manhã de hoje depois do call do Itaú.
O banco diz que a estratégia da Camil de ir além do arroz com feijão deve trazer retornos mais gordos para os acionistas.
A recente investida da Camil em aquisições era esperada desde o seu IPO em 2017. Porém, naquele ano houve um aumento da produção do arroz e também da produtividade da cultura, o que elevou os preços das companhias do setor. Com isso, fez sentido a empresa intensificar as suas compras somente em 2021, disse o banco.
No ano passado, a Camil investiu R$ 850 milhões em M&As, mais de 2,5x o montante gasto em aquisições entre 2017 e 2020.
A empresa já entrou em negócios como massas e café, segmentos que tradicionalmente têm margens maiores. O arroz, de longe o maior negócio da companhia, caiu 2 pontos percentuais na participação do faturamento de 2017 para cá.
“Embora uma parte do negócio ainda esteja ligada aos preços do arroz, é improvável que isso represente uma preocupação com o futuro próximo dadas as expectativas de dinâmicas construtivas [de preço],” escreveram os analistas no relatório.
O Itaú calcula que a Camil ainda tem um poder de fogo de R$ 1 bilhão para novas aquisições.
O múltiplo preço-lucro para os próximos 12 meses está em 8,2x, ante uma média histórica de 9,2x.
“Vemos alguns riscos de execução, mas parece que o valuation não está precificando o potencial dos novos negócios,” escreveram os analistas.
Por outro lado, o papel tem liquidez relativamente baixa. A ação negociou R$ 12 milhões/dia na média dos últimos 90 dias.
Para o Itaú, o risco no curto prazo é o aumento nos custos para ampliar a participação da empresa em seus novos produtos, mas o banco diz que isso não muda o potencial de retorno no longo prazo.