A Coca-Cola Company notificou a Anheuser-Busch InBev (ABI) de que exercerá seu direito de adquirir a participação na Coca-Cola Beverages Africa (CCBA) que pertencia à SABMiller.
 
A Coca-Cola Beverages Africa foi criada em novembro de 2014, quando a Coca, a SABMiller e a família Gustche decidiram combinar suas engarrafadoras, criando uma JV que abrange 12 países africanos e cerca de 40% do volume de refrigerantes da Coca-Cola no continente.

A SABMiller tem 57% da CCBA, a Coca-Cola tem 11,3% e a família Gustche detém o restante.

 
Entre os investidores, muitos dos quais esperam que a Coca-Cola seja o próximo alvo da ABI, havia dúvida sobre a posição que a Coca-Cola tomaria: trabalhar junto com a ABI na JV, ou manter o potencial adversário fora de seu território.

O analista da Nomura, Ian Shackleton, disse no ano passado que o CEO da Coca-Cola, Muhtar Kent, poderia  — com razão — ver a ABI como um ‘Cavalo de Troia’, já que a velha InBev fez um acordo de distribuição com a Anheuser-Busch antes de adquiri-la em 2008.Muhtar Kent

 
Sobre sua decisão de ficar sozinha na CCBA, a Coca-Cola disse que pretende “implementar o seu plano estratégico de longo prazo nesses mercados com outros parceiros.”  
 
“Enquanto a empresa respeita a capacidade da ABI, temos um número de outros parceiros que são altamente qualificados e interessados no negócio de engarrafamento nestes territórios,” a Coca disse num comunicado, que veio no mesmo dia em que a ABI anunciou a conclusão da compra da SABMiller.
 
Os termos da transação serão negociados nos próximos meses.
 
Como a CCBA engarrafa apenas refrigerantes, a operação não afeta, num primeiro momento, o negócio de cerveja da antiga SABMiller na África.
 
Mas uma mudança pode estar a caminho.

Além de sócia da SABMiller nos refrigerantes (via CCBA), a família Gustche também distribui as cervejas da SABMiller na África, continente onde a SABMiller é líder de mercado.  Uma fonte do setor disse que o mais provável é que, agora que os Gustche serão sócios exclusivos da Coca-Cola na CCBA, é apenas lógico que os Gustche parem de distribuir as cervejas da ABI na região.