Nos últimos cinco anos, o BTG multiplicou sua receita por 4x, saindo de R$ 2,6 bilhões em 2018 para R$ 10,4 bi no ano passado, segundo números compilados pelo JP Morgan.
Para o banco, parte desse sucesso é explicado por ganhos de market share brutais em diferentes segmentos.
O JP usou diversas fontes de dados (Anbima, BCB, SUSEP e Bloomberg, por exemplo) para tentar estimar esses ganhos nos últimos anos. Os resultados são impressionantes, com o BTG dobrando sua participação de mercado em inúmeros segmentos.
No wealth management, o BTG saiu de um share de 4,1% dos ativos sob custódia do segmento para cerca de 12,5% agora. Para efeito de comparação, o share da XP é de cerca de 17%.
Em asset management, o share foi de 2% para 4%, com os ativos sob gestão do private banking saindo de 5% para 13%.
O share do investment banking — considerando apenas o DCM e ECM, que são negócios mais maduros — também dobrou, atingindo 10% e 20%, respectivamente.
Segundo os dados do JP, o BTG também tem um share de 4% a 6% em sales & trading, considerando os segmentos de equities, FX e energia.
O JP Morgan também calculou o share do BTG no lucro líquido do setor bancário — e os resultados foram na mesma linha. No primeiro semestre de 2018, a participação era de 2,1%. No primeiro semestre de 2023, essa participação havia subido para 5,2%.
“O management normalmente diz que a companhia se beneficiou da diversificação das unidades de negócio, com crescimento em segmentos como corporate lending fluindo para outras linhas, como sales & trading,” escreveu o analista Yuri Fernandes.
“Esse realmente parece ser o caso. Basicamente, todas as linhas de negócios, com exceção de seguros e resseguros, ganharam momentum nos últimos anos.”
Apesar dos resultados excepcionais, e do fato de que o BTG deve se beneficiar da queda dos juros, o JP manteve sua recomendação ‘neutra’ para a ação. Negociando a 2,9x book, o JP acha que praticamente todo o “bom momentum já está precificado.”