O BTG Pactual está comprando uma participação minoritária relevante na Perfin, uma tradicional gestora de investimentos e plataforma de wealth management com mais de R$ 21 bilhões em ativos.

A transação é toda secundária: os sócios ganham liquidez na pessoa física mas devem reinvestir todos os recursos na própria gestora, que tem uma regra interna que os obriga a ter pelo menos 3% do AUM de cada fundo.

O investimento — em linha com a tese de ‘financial deepening’ advogada por André Esteves — é uma aposta do BTG de que a Perfin continuará captando e poderá se beneficiar do BTG Digital, que lhe dará acesso tanto a um sortimento mais amplo de produtos quanto a rebates mais substanciais que o banco tem graças a sua escala. 

O movimento também é consistente com a estratégia declarada de Esteves de aumentar a exposição do BTG a negócios de fees recorrentes. 

A Perfin administra cerca de R$ 6,5 bilhões em fundos de ações e infraestrutura, um segmento no qual já criou veículos específicos para investimento em linhas de transmissão, geração e uma comercializadora de energia.

Seu outro negócio é a área de gestão de fortunas, onde a companhia assessora clientes na alocação de mais de R$ 15 bilhões.

A Perfin continuará como plataforma aberta, e seus sócios  atuais — Ralph Rosenberg, Gaspar Gasparian, Daniel Tucci, Alexandre Sabanai e José Roberto Ermírio de Moraes — manterão o controle do processo de investimento e da gestão do negócio. A empresa tem 14 anos de história.

A aquisição é o terceiro investimento do BTG no segmento de gestoras, e o primeiro emprego de capital depois do follow-on da semana passada, que levantou R$ 3 bi.

Investimentos anteriores foram uma fatia minoritária na Kawa Capital, a gestora de ativos alternativos fundada por brasileiros em Miami e que administra R$ 10 bilhões, e o seed capital para criar a Clave, a gestora na qual o banco é sócio de Rubens Henriques, o ex-CEO da Itaú Asset.

A Seneca Evercore assessorou a Perfin.