O BTG tem palavras elogiosas sobre o Nubank na manhã de hoje.
O analista Eduardo Rosman se reuniu com David Vélez e saiu impressionado da conversa, “uma boa chance de pegar sua visão sobre o futuro do Nu, seus maiores desafios e oportunidades,” escreveu o analista.
Vélez disse acreditar que as empresas de tech serão as vencedores no segmento de banking e serviços financeiros, e reiterou que o modelo de negócios do Nubank é operar com mais qualidade e custos muito menores, o que pode levar o banco a um ROE maior que o dos incumbentes.
Vélez discorreu sobre os quatro pilares do Nubank que criam sua vantagem de custos.
O primeiro é o CAC baixo, já que o Nu cresce de forma viral e no boca a boca graças a seu NPS alto. O segundo é um custo de servir também menor, já que o Nubank tem 10% do número de funcionários dos bancos incumbentes apesar de já ter 70 milhões de clientes. O terceiro é o custo de receita: usando inteligência artificial e data science, ele diz que o Nubank consegue oferecer mais crédito a custos menores.
Por fim, o custo de funding também é menor, já que o Nubank tem 4x mais funding do que precisa hoje e, segundo Vélez, teve que rejeitar vários clientes no início para evitar uma seleção adversa.
Na conversa com Rosman, Vélez citou a fintech Kaspi, do Cazaquistão, e a Tinkoff, da Rússia, como dois benchmarks. Antes da guerra da Ucrânia, essas fintechs operavam com ROE de 30%-40% – e Vélez acha que o Nubank pode chegar lá.
“Quanto mais seguimos e estudamos o Nu, mais gostamos dele. O valuation era uma grande questão para a gente no começo do ano, mas melhorou depois do selloff (com a ação caindo 60% do IPO),” escreveu Rosman.
Os riscos permanecem no curto prazo. Os non-performing loans (NPLs) continuam subindo, o que pode criar preocupações adicionais e pressionar ainda mais a ação. Além disso, “não é fácil gerar lucro suficiente no segmento de baixa renda para justificar um market cap de US$ 20 bilhões,” escreveu Rosman.
Apesar da conversa educativa e do outlook mais construtivo, ele manteve a recomendação neutra e preço-alvo de US$ 4,50. O papel negocia ao redor de US$ 4,17.