A Brookfield Asset Management lançou seu primeiro fundo voltado para investimentos em projetos de transição climática em mercados emergentes.
A gigante de recursos alternativos — que tem mais de US$ 925 bilhões sob gestão – quer levantar US$ 5 bilhões para o Catalytic Transition Fund (CTF).
A primeira menção sobre o fundo aconteceu no fim do ano passado, durante a COP-28, quando o ALTÉRRA – o fundo climático de US$ 30 bilhões dos Emirados Árabes Unidos – se comprometeu a colocar US$ 1 bilhão no CTF. (A Brookfield, TPG e Blackstone são parceiros do ALTÉRRA.)
O CTF terá como foco projetos de energia renovável e descarbonização – desde projetos greenfield em usinas solares e eólicas até aportes em negócios de biocombustíveis e baterias.
Segundo o head de energia renovável & transição e managing partner da Brookfield, André Flores, o Brasil deve dividir o protagonismo dos investimentos do fundo com a Índia, mas o CTF também vai procurar ativos no Leste Europeu, Oriente Médio e no leste asiático.
Por aqui, os investimentos devem ir para mercados menos maduros, como o de biomassa, resíduos industriais e baterias. “Temos olhado para mercados ainda a serem desenvolvidos no Brasil, então dificilmente vamos investir em energia eólica e solar por meio do CTF, por exemplo,” Flores disse ao Brazil Journal.
A Brookfield não descarta fazer investimentos por meio de joint ventures ou se tornar um minoritário relevante.
Os cheques serão menores do que a Brookfield está acostumada a assinar: o investimento médio será de US$ 150 milhões, porém há espaços para aportes menores, a partir de US$ 50 milhões.
A gestora espera encerrar a captação do fundo em 2025. Boa parte desse dinheiro deve vir dos investidores que já estão nos outros dois fundos de Global Transition da gestora, que somam US$ 25 bilhões.
Para acelerar essa captação, o ALTÉRRA – o maior veículo de investimento privado para financiamento climático do mundo – limitou os retornos sobre esse investimento, ou seja, se o retorno for maior que o target estipulado pelos árabes, ele vai ser dividido entre os outros cotistas.
“O ALTÉRRA tem um retorno estipulado bem abaixo do target do CTF. Até para não diluir esse benefício o fundo ficou limitado a US$ 5 bilhões,” disse Dina Storch, managing director da área de energia renovável.
No Brasil, a Brookfield possui R$ 190 bilhões sob gestão, dos quais R$ 31 bilhões estão em energia renovável. No total, entre usinas hidrelétricas, parques eólicos e solares, são 3,5 GWs de capacidade instalada e outros 2,4 GWs em desenvolvimento.