O BTG Pactual fechou a compra da Necton Investimentos, adicionando mais de R$ 16 bilhões à sua base de ativos sob custódia (AuC), fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.   Para efeito de comparação, a Easynvest e a Guide têm cerca de R$ 20 bilhões cada.

O BTG está pagando R$ 350 milhões pela Necton, pouco mais de 2% sobre os ativos sob custódia.

A Necton atua no varejo de alta renda e tem um tíquete médio de R$ 150 mil.

A corretora — resultado da fusão das antigas corretoras Concórdia e Spinelli — se reposicionou nos últimos 24 meses como um agente consolidador entre as casas independentes e pequenos agentes autônomos.

O BTG vai tombar sua infraestrutua tecnológica e aumentar a oferta de produtos da Necton, mas vai manter a marca e a operação separadas.
 
O CEO da Necton, Marcos Maluf, e outros dois executivos sêniores, Rafael Giovani e Ralf Berger, continuarão liderando a plataforma e se tornarão sócios do BTG.

A transação mostra que André Esteves não está mirando apenas agentes autônomos para turbinar a plataforma de investimentos do BTG, que no final do segundo trimestre cruzou R$ 500 bi em ativos sob gestão e administração.

A aquisição é parte da estratégia anunciada pelo BTG no follow-on que levantou R$ 2,6 bilhões do final de junho.

A estratégia começou no ano passado com a compra da Ourinvest, que tinha R$ 5 bilhões sob gestão e que o BTG transformou na BTG Advisors — uma plataforma que contrata profissionais (tipicamente gerentes de banco) para construir sua carteira de clientes dentro da estrutura do BTG.  

Este ano, o banco anunciou ainda joint ventures com a EQI e a Lifetime — dois grandes escritórios que estavam na XP — e atraiu uma série de outros escritórios de agentes autônomos.
 
A BR Partners assessorou a Necton, que teve aconselhamento jurídico do Lefosse.
 
O Pinheiro Neto assessorou o BTG.