As gestoras de venture capital estão brotando mais rápido do que você consegue falar “Masayoshi Son”.
Nos últimos cinco anos, 84 novas gestoras de VC nasceram no Brasil, que agora tem 316 firmas do gênero.
O levantamento foi feito pelo Emerging Venture Capital Fellows, um grupo que reúne mais de 250 analistas de venture capital, em parceria com a Endeavor.
Em 2017, foram 18 novas; no ano seguinte, outras 14; e em 2019 e 2020 — os anos recorde — mais 23 por ano. Este ano, foram apenas seis até agora, mas há uma explicação para a perda de velocidade.
Geralmente as gestoras nascem em “stealth mode” e só depois de um tempo aparecem no mapa com uma data de fundação anterior, Mártin Lima, um dos fundadores do EVCF e analista da Indicator Capital, disse ao Brazil Journal.
“Isso faz parecer que o mercado está desacelerando, quando na verdade é só uma questão de tempo até as gestoras aparecerem no mapa,” disse ele. “Mesmo os números de 2020 podem aumentar bastante nos próximos anos.”
Apesar do crescimento acentuado nos últimos anos, os números ainda são pequenos se comparados com os Estados Unidos, onde há quase 2 mil gestoras de VC.
Segundo o estudo da EVCF, mais de dois terços das gestoras de VC brasileiras ainda estão no eixo Rio-São Paulo, e 17% delas têm sede fora do País.
Há também uma concentração por estágio: a maioria (60%) atua no early stage (rodadas anjo, pre-seed e seed).
Em relação aos setores mais investidos, nenhuma surpresa: quase metade das gestoras investe ativamente em fintechs, e 35% investem em healthtechs.
Um dado curioso: menos de 1% das gestoras brasileiras atua com venture debt. Para efeito de comparação, nos EUA 14% de todo o capital aportado em startups é feito por meio de dívida.