Com a implosão recente da Bolsa, o Brasil agora é o mercado mais barato entre os emergentes, segundo os analistas do Itaú BBA. 

Segundo eles, o P/L da Bolsa brasileira para os próximos 12 meses agora é de 5,9x, ante uma média de 10,7x para os emergentes. A Índia tem o P/L mais alto (18,4x), e, depois do Brasil, os mercados mais baratos são Coreia (8x) e África do Sul (8,1x). 

O Itaú também rebaixou sua projeção para o Ibovespa no final deste ano de 115 mil para 110 mil pontos por conta do cenário macro mais desafiador no curto e médio prazos. 

Os analistas Marcelo Sá e Matheus Marques escreveram que a inflação está demorando mais que o esperado para cair e a Selic pode permanecer alta por mais tempo, o que impacta negativamente o custo de capital das empresas. “Esse ambiente deve continuar a incentivar a migração de investidores de ações para a renda fixa.” 

Eles também esperam mais volatilidade nos próximos meses, por conta da proximidade das eleições.  

O banco também atualizou a sua lista de 10 principais recomendações de compra: os analistas adicionaram Gerdau e Suzano, e retiraram Weg e Intelbras. 

Banco do Brasil, BTG Pactual, Eletrobras, Energisa, Multiplan, Petrobras, Totvs e Vale permaneceram entre as recomendações. 

Os analistas aumentaram a exposição ao setor de commodities devido ao valuation atual muito atraente das ações do setor – e apesar do menor crescimento global e da expectativa de desaquecimento dos preços. Para o Itaú, as empresas ligadas a ‘valor’ vão continuar superando as histórias de ‘crescimento’ no curto prazo. 

A retirada de WEG foi justificada pela falta de triggers para a empresa no curto prazo – desde que o Itaú incluiu a ação na carteira, em setembro de 2021, o papel caiu 32%.  Em relação à Intelbras, os analistas continuam com uma visão positiva no longo prazo, mas resolveram aproveitar a alta recente do papel em junho para reduzir perdas da carteira. Desde o ingresso do papel nas principais recomendações, a ação caiu 21,5%, enquanto o Ibovespa perdeu 16,9%. 

Os analistas optaram por não incluir nenhuma empresa de varejo entre as principais recomendações por terem dúvidas sobre a  dinâmica de lucros à frente – e estão negativos em relação aos setores de saúde e construção, prejudicados pela alta dos juros. 

A Totvs ficou na lista, apesar de um fraco desempenho, pois os analistas enxergam um bom upside em relação aos níveis atuais: a empresa oferece proteção contra a inflação, fluxo de caixa previsível e perspectivas de crescimento atraentes.