A complexidade dos negócios nas grandes corporações gerou, ao longo do tempo, uma forma de trabalho baseada na especialização dos departamentos internos.

Foram implementados processos, cada vez mais detalhados, com o objetivo de padronizar atividades e evitar ao máximo qualquer exceção. Alçadas de aprovação foram estabelecidas para controle total dos custos. Acordos de níveis de serviços (SLAs) foram sendo definidos para garantir o fluxo de trabalho entre as áreas. Nesse contexto, o comando e o controle a partir de uma hierarquia verticalizada se consolidaram por muito tempo como o melhor modelo para a gestão. Projetos de escopo fechado e bem documentados foram implementados, e muitos obtiveram êxito. 
 
Até que surgiram as startups, com um novo “mindset” e o uso intenso de tecnologias disruptivas, aliados a um modelo baseado em processos menos complexos e mais fluidos nas relações entre as pessoas. Nessa jornada, a necessidade de inovação e o nível de incerteza dos projetos levaram à adoção massiva de métodos ágeis de desenvolvimento de software. Algumas se destacaram e se tornaram unicórnios. 

A principal mudança que as organizações experimentaram foi que o consumidor havia mudado, acostumando-se rapidamente com as novas tecnologias e a velocidade que elas trazem.  Assim, passou a ser necessário que as empresas, mais do que nunca, experimentem novos modelos de negócio que reduzam as fricções do modelo anterior, os quais se concentravam nos fluxos de valor. 
 
Entramos, então, na era da Experiência do Consumidor (CX).
 
Fazer a virada de chave para trilhar o caminho da Transformação Digital — da forma menos traumática possível e com segurança — é o desafio para CEOs, CFOs, CIOs e demais líderes de ‘C-level’. 
 
A solução existe e deve passar por duas etapas: a transformação da cultura organizacional da empresa (com uma mudança completa de mindset) e a implantação de metodologias e tecnologias que permitam fazer uma transformação robusta e de ‘ponta a ponta’.

“Essa mudança pode ocorrer com uma abordagem bottom up ou top down,” explica Wander Cunha, o Head de Negócios Digitais da TIVIT. 

Na abordagem bottom up, a implantação de metodologias e processos mais ágeis começa em um ou dois departamentos da empresa para depois expandir-se para o resto da operação num processo conhecido como ‘polinização’. Na top down, a mudança parte da liderança, que já tem uma definição clara do que precisa fazer e cria uma estratégia estruturada de transformação digital para toda a companhia. 

Wander Cunha aponta que é possível agilizar esse processo com a implementação de Squads, equipes compostas por profissionais com conhecimento complementar e multidisciplinar, utilizando metodologia de desenvolvimento ágil e tecnologias habilitadoras como Internet das Coisas, Analytics, Big Data, Inteligência Artificial e RPA (Robotic Process Automation). Tais equipes atuam com autonomia e focam em gerar valor percebido para o consumidor final, trazendo a transformação digital na velocidade necessária para o negócio. 

Mesmo revendo o modelo operacional, o fator mais crítico de sucesso é, sem dúvida, a mudança cultural, com a introdução de um novo modo de pensar e agir que concede autonomia para as equipes. 

“De forma geral, as empresas primeiro definem uma cultura, que acaba depois direcionando a forma como os funcionários se comportam”, complementa Cunha.  “O que tentamos levar ao cliente é um pouco o contrário disso: comece a fazer diferente, a pensar na cadeia de valor que entrega exatamente o que o seu consumidor deseja, e como retirar as barreiras que impedem que esse valor seja entregue. Tal mudança de atitude é o que gera uma transformação cultural na empresa, reduzindo silos e trocando a gestão baseada em “comando e controle” por um modelo baseado em trabalho por propósito com mais independência para as equipes.  É essa mudança que gera a velocidade que precisamos nos negócios.”  

Os resultados são imediatos e são percebidos na melhoria da performance da empresa, com redução de custos, otimização de processos e na entrega de uma experiência diferenciada para o consumidor final — o que acaba se refletindo num aumento nas vendas. 

Na TIVIT, a unidade de negócios responsável por essa transformação foi criada há dois anos e hoje cresce a uma taxa média de 30% ao ano. A companhia agrega outras expertises como parcerias e aquisição de startups, como a recente compra da Stone Age, empresa especialista em Big Data e Analytics.

“Poucos parceiros de tecnologia têm condições de apoiar os clientes na transformação ‘ponta-a-ponta’, desde a infraestrutura de tecnologia até as soluções de negócios”, diz Cunha. “A TIVIT tem o diferencial relevante, uma vez que é também especialista em nuvem, e conseguimos agregar soluções ainda mais completas de uma forma bem mais competitiva.”

Para as áreas de TI das grandes empresas, entretanto, um grande desafio é como atualizar e transformar seus sistemas “legados”, enquanto continuam prestando o mesmo nível de serviço, sem sustos ou quebras do nível de serviço. Tais sistemas ainda rodam em ambientes ultrapassados, com um alto custo de manutenção, mas que não podem ser desligados, uma vez que garantem o funcionamento da operação. Na prática, são milhões de linhas de código escritas em linguagens de programação obsoletas, que impedem que inovações sejam implementadas com a agilidade necessária nas empresas. 

Robson Rocha, o head de Agile Innovation da TIVIT, resume a situação com uma analogia: 

“As empresas precisam derrubar as paredes do prédio para construir uma coisa nova. Mas elas não podem derrubá-las porque é o que ainda mantém toda a estrutura em pé”, diz Robson. “O grande dilema é esse: como manter o ‘legado’ inteiro funcionando e ao mesmo tempo inovar, transformar os processos e as aplicações.” 

Hoje já é possível converter esse código ‘legado’ em linguagens mais apropriadas, seguindo uma arquitetura baseada em microsserviços (pronto para ser executado na nuvem) em pouquíssimo tempo usando tecnologias como machine learning e inteligência artificial.  Com isso, a empresa se liberta da infraestrutura antiga, obtendo em troca uma plataforma nova, ágil e eficiente — com velocidade para colocar em marcha as transformações necessárias.

 
A transformação digital pode parecer uma jornada arriscada para empresas que entendem o seu negócio como algo definido e já bem-sucedido. Porém, fugir da necessidade real de inovação poderá impactar diretamente na experiência que seus clientes têm quando utilizam os seus serviços e produtos, afetando diretamente seus resultados financeiros e sua performance de mercado no futuro.

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