Não sou de praia. Gosto do clima um pouco mais frio para viver. Mas nas relações entre as pessoas a temperatura tem de ser outra – a da empatia, confiança e solidariedade, ainda mais quando decidi me dedicar integralmente a programas de propósito social. No plano que coloquei em prática, transfiro minha experiência como executiva para o terceiro setor.  

Meu background profissional, ligado à área de informática e tecnologia, me ajudou muito a trazer objetividade a minha trajetória na área de negócios, em companhias como Ceval, Bunge e finalmente na Seara. 

Além dos programas Fazer o Bem Faz Bem – JBS e Juntos pela Amazônia, atualmente faço mentorias. Entre elas há ex-alunos da Germinare, escola gratuita mantida pela J&F, holding da JBS, jovens empresários e pessoas do mundo agro.  

Quero muito ajudar na educação e na preparação para o ambiente de trabalho, na qualificação de profissionais para gestão de resultados e relacionamentos corporativos. As empresas em geral contratam pelas habilidades e competências técnicas e demitem pelo comportamento das pessoas.  

Meu foco está em cooperar principalmente com mulheres. Há hoje capacitação acadêmica melhor, mas falta experiência no mercado de trabalho. Durante minha vida executiva ajudei muitas pessoas a se desenvolver, nem sempre com o tempo suficiente como gostaria, mas sempre entendendo que esse é um dos principais papéis de um líder. 

Busco passar cinco princípios que auxiliam a realizar o lema que trago comigo: “Tem sempre um jeito de fazer melhor.” É nisso que eu acredito para a vida profissional e pessoal. Você nunca está pronto, a única certeza que tem é que é preciso buscar o tempo todo o seu aprimoramento.  

Se você se aprimora como pessoa, com conhecimento, com experiência, com certeza você vai estar preparado para oportunidades que aparecem em sua carreira. Não espere pelo convite para depois se preparar. Esteja pronto sempre. 

São estes os princípios: 

Todo dia se colocar como aprendiz 

Não existe uma receita mágica, mas uma das principais coisas para a vida executiva é pensar que todo dia a gente pode evoluir, estamos aqui para aprender. Nesse sentido o aprimoramento pessoal não pode parar nunca. Eu, por exemplo, terminei agora em julho um curso de conselheira para conselhos de administração de empresas do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). 

Generosidade de compartilhar informação

A forma de se comunicar precisa ser trabalhada, seja pelos jovens, seja pelos executivos mais vividos. Num time, os conceitos se fortalecem com os mais experientes passando o que acumularam e também demostrando pelo exemplo. Compartilhar conhecimento é um ato de generosidade que pode transformar a vida de muitas pessoas. Que o que sabemos não fique somente conosco. Que a gente possa compartilhar. 

A partir daí se gera uma relação de confiança e empatia com alinhamento das expectativas numa equipe. Se a pessoa percebe um interesse genuíno pela sua capacitação, vai procurar se aprimorar. 

Não ter preguiça mental 

É preciso se desafiar o tempo todo. Nesse campo, é fundamental estarmos engajados em uma área que nos deixe feliz, que tenhamos prazer em realizar e buscar conhecimentos novos em campos que nos tragam satisfação. 

Pensar fora da caixa 

Essencial para inovação. E também o que deixamos como diferença se relaciona com o que deixaremos como legado. 

Não ter problema com vulnerabilidade 

É impossível uma pessoa ser forte em tudo. Não há problema em dizer: “Não sei, me ajude por favor”. É ter humildade intelectual para aprender e, quando não souber, perguntar. Com a informação que vem daí, a gente se completa. 

Minha mensagem é: todo dia renovar seu propósito. Em que eu posso ajudar mais? O que posso fazer melhor do que fiz ontem? Como impactar a vida das pessoas que estão comigo na caminhada dentro da empresa e fora dela? Em suma, é como penso e tenho procurado agir. 

Joanita Maestri Karoleski é presidente do Fundo JBS pela Amazônia, foi a gestora do programa Fazer o Bem Faz Bem – JBS, de doações para o enfrentamento da Covid-19, CEO da Seara de 2015 a 2020 e é mãe da Luciana e da Ana. 

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