De que forma o novo Governo Trump e o corte de juros iniciado pelo Federal Reserve afetarão o cenário global em 2025? Quais os impactos da desaceleração do crescimento da China e da convergência mais rápida para uma taxa neutra na Área do Euro?

No Brasil, o que esperar da tendência de valorização do câmbio, do novo ciclo de elevação dos juros e dos enormes desafios envolvendo o cumprimento do arcabouço fiscal?

Esses e outros temas da economia doméstica e global foram debatidos no webinar O que esperar para 2025, promovido pela Bradesco Asset com seu economista-chefe, Marcelo Toledo, e o CIO Philipe Biolchini. O evento foi organizado pela Superintendente Comercial Isabel Mattos.

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Na apresentação, eles abordaram cenários macroeconômicos e estratégias de investimento para o próximo ano. Além de insights sobre como unir a renda variável e a renda fixa para equilibrar a carteira e proteger os investimentos, o evento destacou quais classes de ativos merecem atenção redobrada em 2025.

Toledo lembrou que 2025 será marcado por desafios significativos no cenário global, influenciados por fatores como o novo governo Trump nos EUA, a desaceleração do crescimento econômico da China e mudanças na condução monetária na Área do Euro.

Sobre os EUA, ele destacou que a política econômica de Trump, com foco em tarifas, restrições à imigração, desregulamentação e cortes fiscais, pode intensificar pressões inflacionárias e desacelerar o PIB global. 

Além disso, Toledo falou sobre a postura mais cautelosa do Fed, lembrando que ele vem moderando os cortes de juros devido à resiliência econômica e persistência inflacionária, o que fortalece o dólar e pressiona moedas emergentes.

Na Europa, o economista destacou a convergência mais rápida da inflação para a meta, que ocorre em meio à perda de competitividade nas exportações, principalmente em relação à China. 

O gigante asiático, por sua vez, enfrenta volatilidade em sua transição econômica, com projeções de desaceleração do PIB para 2024 e 2025.

Impactos no Brasil

Internamente, Toledo falou sobre as divergências entre as políticas fiscal e monetária. “Enquanto o Banco Central acelera a elevação da Selic, o governo encontra dificuldades para implementar ajustes estruturais e cumprir o arcabouço fiscal. Esse contexto, aliado à desvalorização do câmbio, exige cautela,” disse. 

Ainda segundo o economista, os cenários variam entre uma possível estabilização moderada dos ativos e, de forma menos provável, um quadro recessivo da economia no segundo semestre de 2025, caso a correção de rota na política fiscal e parafiscal sejam insuficientes.

Estratégias de investimento e risco

Biolchini destacou a importância da diversificação e da gestão ativa para gerenciar riscos e aproveitar oportunidades. 

Ele iniciou sua apresentação ressaltando que a renda fixa pode voltar a se destacar em um ambiente de juros reais e nominais elevados, com prêmios cada vez mais atrativos nos títulos prefixados e ligados à inflação.

Além disso, Biolchini lembrou que o mercado de renda variável requer bastante seletividade e atenção às oscilações de mercado. Segundo ele, a gestão ágil será essencial em 2025 para permitir ajustes rápidos frente a mudanças no cenário econômico.

Em resumo, o cenário para 2025 exige estratégias bem calibradas para equilibrar segurança e rentabilidade em um contexto de maior volatilidade global e desafios locais.

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