No grande debate sobre NFTs, está cada vez mais claro que a tokenização de ativos reduz os custos de transação e tem aplicações capazes de transformar o mercado financeiro tradicional. 

“Existe um mercado novo sendo criado, e a tokenização abre espaço para transações de ativos ilíquidos, criando um novo mercado com menos intermediários,” disse Otávio Tanganelli, o analista de tecnologia do research do Bradesco BBI. 

A aplicação de tecnologia no mercado foi o centro do debate no Brazil Investment Forum, o evento anual do Bradesco que este ano reuniu 900 investidores institucionais e 140 empresas.

“A relevância do tema na conferência é um indicativo da importância que a tecnologia tem ganhado dentro do Bradesco e reforça nossa visão sobre o setor”, afirma o especialista de tecnologia, Rodrigo Fernandes.

Alavancando sua capilaridade nacional, não é de hoje que o banco está se posicionando para identificar e atender clientes com negócios tecnológicos escaláveis. 

“Às vezes o cliente chega aqui só para abrir uma conta ou um cartão de crédito, e quando a gente vê, a empresa dele é um diamante,” disse Alexandre Panico, diretor do segmento do Bradesco Corporate que atende startups e empresas low Corporate & middle market.

O banco criou um processo para analisar o crédito de empresas cujos maiores ativos são uma ideia, pessoas e software. 

“Já conseguimos hoje avaliar os riscos inerentes a um negócio que não tem uma estrutura de garantia padrão. É uma avaliação muito diferente do crédito tradicional, pois de certa forma é uma avaliação bem subjetiva de empresas que ainda não geram caixa,” disse Panico. “Nós buscamos entender o diferencial dessas empresas, as pessoas chaves e o mercado em que atuam.”

Uma das empresas que o Bradesco atendeu recentemente foi a iugu, a fintech de automação financeira. Há poucas semanas, a startup levantou R$ 100 milhões num FIDC estruturado pela gestora H2Kapital junto com o Bradesco BBI, que foi o coordenador exclusivo da oferta e ficou com todas as cotas sênior. 

Além disso, outra operação de destaque foi o crédito para a Dock, a empresa de banking as a service. O banco emprestou metade dos R$ 120 milhões que a empresa levantou em dívida para financiar a aquisição de um concorrente, a Muxi Tecnologia.  

Por meio do BBI Tech, o Bradesco também está sempre assessorando empresas de tecnologia em rodadas de capital e planos de IPO. 

“Nenhum empreendedor vai da garagem para o IPO no dia seguinte,” disse Panico. “Antes disso, o nosso segmento do Bradesco Corporate, consegue ajudar essa empresa com todo o nosso portfólio de produtos e serviços – e usando inteligência de mercado para fomentar esse processo.”

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