Uma brincadeira viralizou nas últimas semanas e resume um dos (poucos) impactos positivos da crise nas grandes empresas: foi o coronavírus — mais do que os próprios CEOs, CTOs e equipes agile — que acelerou o processo de transformação digital.

Sobre isso, há um fundo de verdade: a pandemia está deixando claro, pelo menos, as vantagens da nuvem para empresas de todos os portes. Ou seja, a velocidade de adoção da nuvem está cada vez mais acelerada, justamente por conta do cenário que estamos vivendo.

Da migração mais rápida para o home office à flexibilidade de poder aumentar ou reduzir a capacidade computacional quando quiser, a nuvem tem sido um dos grandes aliados das empresas nesta época de imprevisibilidade — em que mesmo as projeções para o dia seguinte se tornaram tarefa ingrata.

“Em momentos de incerteza como o de agora, no qual não sabemos se as coisas vão voltar ao normal em um, dois ou três meses, a nuvem dá essa flexibilidade: é possível ativar mais ou menos capacidade de consumo segundo as necessidades do momento, além de implantar novas funcionalidades rapidamente,” diz André Frederico, o head de cloud da TIVIT.

Até no mercado financeiro o valor da nuvem está chamando atenção.

Numa call com investidores há algumas semanas, Márcio Appel, o gestor da Adam Capital, disse que está ‘comprado’ em empresas que fornecem serviços de cloud, como a Microsoft, e que “essa crise está acelerando muito o investimento das companhias em geral na nuvem.”  

Com ou sem crise, manter os dados na nuvem tem se mostrado um bom negócio. 

Do ponto de vista financeiro, a lógica é relativamente simples: além de não demandar capex — já que não há nenhuma imobilização de capital e tudo é consumido como serviço — a nuvem permite que o cliente pague apenas o que consome.

A nuvem é também um habilitador e acelerador da transformação digital: ela combina todos os componentes de tecnologia necessários para essa transformação — desde a camada de infraestrutura (servidores, conectividade e armazenamento) até os componentes de software — e garante que a empresa tenha à disposição as últimas tecnologias num formato de plataforma. 

Em vez de CEOs e CIOs gastarem tempo e recursos com updates sucessivos de sistema, ao adotar a nuvem uma empresa entrega esta tarefa a players de ‘hiper escala’, como Google, Amazon e Microsoft, que trabalham constantemente para atualizar suas ofertas. Existem também empresas que possuem serviços de nuvem privada e que as conectam a esses players de nuvem pública, um cenário híbrido – que usa nuvem pública e privada – pode ser a solução, a depender das necessidades.

“Ninguém gosta de errar, claro, mas quando isso acontece na nuvem é mais barato e o custo também é menor.” diz Daniel Galante, o diretor de nuvem pública da TIVIT.

Para fazer a migração dos sistemas atuais para a nuvem, há um playbook a ser seguido.

“O processo requer expertise e um profundo trabalho de análise dos objetivos da companhia, além da construção de uma estratégia ampla de migração de dados — que defina não só o tipo de nuvem que será usado (privada, pública ou híbrida) como também quais dados serão mantidos na infraestrutura própria e quais serão levados para o cloud.”, reforça Galante.

Até mesmo a escolha do parceiro que será usado na nuvem pública (Google, Amazon ou Microsoft) é importante, já que cada um deles é pode apoiar com necessidades e características específicas.

Na prática, é preciso identificar em qual estágio a empresa está com relação à sua maturidade digital, e com base nisso indicar o melhor caminho e abordagem na migração — um trabalho de consultoria e advisory essencial para o sucesso da jornada. No caso da TIVIT, esse papel consultivo vem da expertise e estratégia da empresa para a unidade de negócios de cloud, que hoje representa mais de 30% dos negócios.

“Em muitos casos, especialmente de grandes empresas, soluções de prateleiras, já prontas, não atendem às necessidades e trazem frustrações com relação à transformação digital, mesmo porquê, cada companhia tem uma dor, algo que precisa ser tratado de modo singular.”, diz Frederico, da TIVIT.

A nuvem parece onipresente no mundo corporativo — mas as aparências enganam. 

Apesar de CEOs e CIOs estarem acordando para a nuvem, cerca de 60% de todos os dados do mundo ainda são mantidos on premise (naqueles servidores grandes e geralmente mais caros que ocupam salas inteiras dentro de grandes empresas).

Se é verdade que a pandemia vai mudar muita coisa nas nossas vidas, talvez ela evidencie os benefícios da nuvem para quem ainda hesita em adotá-la.

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