O planeta tem hoje pouco mais de 8 bilhões de habitantes; em 2050, esse número chegará a 10 bilhões, segundo projeção da ONU. A diferença equivale à soma das populações atuais da China e Europa.

Com isso, a FAO, agência especializada em Agricultura e Alimentação da ONU, estima que a demanda por alimentos crescerá entre 50% e 60%. Com esse desafio ambiental gigantesco, a Marfrig — uma das maiores empresas de carne bovina do mundo e líder global na produção de hambúrgueres — exerce um papel pioneiro na conduta por uma pecuária sustentável.

A iniciativa mais recente aconteceu em Londres, na Chatham House Sustainability Accelerator, instituição que desde 1920 promove análises, debates e trocas de ideias para a construção de um mundo mais próspero e seguro. A diretora-executiva da organização e membro do comitê de sustentabilidade da Marfrig, Ana Yang, liderou uma mesa-redonda organizada pela companhia brasileira para debater as transformações do setor de alimentos e os caminhos para uma pecuária mais sustentável.

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Participaram da conversa Luiz Amaral, CEO da Science Based Targets initiative (SBTi); Walter Baethgen, pesquisador sênior da Climate School da Columbia University; Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente e co-chair do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU; Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex); e Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig.

Responsável pela abertura do evento, Marcella Molina, integrante do comitê de sustentabilidade da companhia, falou sobre o Marfrig Verde+, programa lançado em julho de 2020 para tornar a cadeia de fornecimento mais sustentável e livre de desmatamento. Marcella destacou alguns dos resultados alcançados em 1.000 dias de programa: 100% de rastreabilidade dos fornecedores diretos, 80% dos fornecedores indiretos da Amazônia e 74% dos indiretos do Cerrado.

“Precisamos produzir, conservar e incluir. Isso é essencial para atingirmos o que o consumidor do amanhã quer que façamos. A Marfrig é reconhecida como a empresa de carne bovina número um em termos de sustentabilidade, se tornou referência nisso no Brasil e no mundo,” disse a executiva e filha do fundador, Marcos Molina. Aos 20 anos, ela se compromete a “continuar todo o trabalho árduo que a Marfrig vem fazendo na área da sustentabilidade e tratar das questões da mudança climática para conciliar produção de alimentos com proteção da natureza.”

O acadêmico da Universidade de Columbia Walter Baethgen destacou a preocupação global com os impactos da produção de alimentos no ecossistema. “Há muito o que fazer na cadeia alimentar. É essencial adotar padrões globais de boas práticas. Pelo menos, um terço da população quer saber de onde vem o alimento.”

Izabella Teixeira trouxe para o debate uma visão geral sobre sustentabilidade. A ex-ministra do Meio Ambiente pontuou que, quando se debate desenvolvimento sustentável, é preciso pensar em três áreas que convergem no século atual: clima, digital e envelhecimento da população. “Precisamos de uma nova linguagem, de uma nova maneira de dialogar, não impondo as coisas, mas, sim, construí-las com base na realidade para termos soluções que considerem as dificuldades dos países e das sociedades.”

A afirmação encontrou coro. À frente do SBTi, iniciativa internacional que mobiliza empresas para desenvolverem metas de redução das emissões de gases do efeito estufa com base na ciência, Amaral destacou que “precisamos mudar a maneira como os negócios, as empresas, pensam. Não é uma corrida de 500 metros, mas sim uma maratona.”

Rastreabilidade

Durante a conversa, foi ratificada a responsabilidade dos combustíveis fósseis nas emissões de gases e o tema rastreabilidade teve destaque.  Ana Yang defendeu a primazia da implantação de um sistema rígido de rastreabilidade no Brasil e a transparência na informação de onde está a produção de gado. “A melhor maneira de fazer isso é disponibilizar a GTA (Guia de Trânsito Animal) a todos,” disse a executiva.

Para Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig, o Brasil tem condições de adotar um sistema eficaz de monitoramento com o uso do CAR (Cadastro Ambiental Rural) e de dados de movimentação de animais. “Com essa combinação, poderemos implantar um sistema bastante robusto.” Pianez falou também da importância de criar políticas públicas de rastreabilidade. “Estamos em diálogo com o governo e acreditamos que podemos ser agentes positivos nesse setor.”

Jorge Viana, presidente da Apex, reafirmou a importância das políticas públicas. “O Brasil precisa construir uma narrativa comum envolvendo empresas, produtores e governo, para o país ser parte da solução, para que possamos pôr um freio na mudança climática,” disse. Ele garantiu que o órgão está focado nesse compromisso e que é fundamental garantir que os produtos brasileiros oferecidos mundo afora tenham selo de sustentabilidade.

1.000 dias do Marfrig Verde+

Desde que foi lançado, em 2020, o programa Marfrig Verde+ recebeu US$ 100 milhões de investimento. Conheça alguns resultados dos 1.000 primeiros dias da iniciativa:

  • Monitoramento, via satélite, de 100% das propriedades fornecedoras diretas de todas as regiões brasileiras e alcance das maiores taxas de rastreabilidade de indiretas: 72% na Amazônia e 71% no Cerrado;
  • Reinserção de 3.036 fazendas como fornecedoras, após voltarem a operar em conformidade com os compromissos socioambientais da companhia. Essas propriedades abateram quase 900 mil animais no período;
  • Via satélite, 100% das propriedades fornecedoras diretas de todo o país são monitoradas desde 2010. Entre os fornecedores indiretos, o controle, também via satélite, é de 80% dos localizados na Amazônia e  74% dos situados no Cerrado;
  • Reinclusão dos pecuaristas viabilizada por suportes técnicos da equipe do programa Marfrig Club e por assessoria jurídica incentivando os produtores a adotarem boas práticas;
  • Convite da Harvard Business School como case Agribusiness Seminar para evento de sustentabilidade;
  • Melhores posições em rankings, índices, listas e relatórios considerados referência na avaliação de políticas e práticas ESG no mundo como no Coller FAIRR Protein Producer Index 2022;
  • Destaque em rankings globais de bem-estar animal, segurança hídrica e mudanças climáticas. Permanece, pelo terceiro ano consecutivo, nas carteiras do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e do ICO2 (Índice Carbono Eficiente), ambos da B3, bolsa de valores brasileira.

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